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N.º 078, Shebat-Adar 5697 (Jan-Fev 1937)







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 4            HA-LAPID
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acusado. Nunca the foi permitido saber da
sua própria causa mais do que êle podesse
apreender pelos interrogatórios e acusações,
às quais era obrigado a responder, e pelos
extratos das declarações testemunhais que
lhe comunicavam, ocultando-lhe, não só os
nomes das testemunhas e as circunsmncias
do logar, tempo e pessoa, que poderiam dai
elementos para a descoberta dos seus
denunciantes; mas também o que os depoi-
mentos podiam conter de favorável à defeza;
segundo o principio de que o acusado só
devia ocupar-se em responder aos pontos de
acusação, e de que só competia ao julgador
comparar em sua sabedoria, as respostas
dadas com que foi dito em seu descargo.
.........................................
Será fácil de se convencer (examinando
o quadro que apresento) que o judaismo
não foi senão o pretexto para o estabeleci-
mento da Inquisição por Fernando V, e que
o verdadeiro motivo desta medida extraor-
dinária foi para pôr em vigôr contra os ju-
deus um sistema de confiscações que devia
fazer passar todas as suas riquesas para as
mãos do govêrno, enquanto que Sixto IV
por seu lado só tinha o desígnio de realisar
o projecto (tão querido à côrte de Roma) de
ampliar o seu dominio; que Carlos V o pro-
tegeu por política, persuadido de que era o
único meio de impedir que a heresia de Lu-
tero penetrasse na Espanha.
.........................................
"E' mais honroso descender de judeus
do que de pagãos, porque se encontrou
nestes últimos quem tivesse iniciado aos
ídolos vitimas humanas; e os espanhois só
começaram a vangloriar-se de não descender
de judeus quando a politica da Inquisição
fez encarar como perigoso e humilhante ter-se
esta origem.

Entre os descendentes dos judeus em
Espanha, em linha masculina, encontra-se
os Arias Davila, condes de Puñarostro: e
acrescento que quási todos os grandes do
reino deles descendem por linha femenina;
observação que seria possível fazer recuando
mais longe na história de Espanha e Portu-
gal."

Da "Histoire Critique de l'inquisition d'Espagne".
(Tirada das peças originais dos arquivos do Con-
sell Supremo e dos Tribunais subalternos do Santo
Oficio), por D. Juan António Llorente antigo secretario
da Inquisição de Madrid-Impresso em Paris-1817.

   

             AOS MATERIALISTAS

            A existência de Deus

                        por NORBERTO A. MORÊNO

Já, mais que uma vez, nos referimos nas
colunas de Ha-Lapid ao tema simultânea-
mente delicado e complicado da existência
de Deus. Retomamo-lo hoje porque tudo
quanto se tem dito e mesmo de futuro se
possa dizer será sempre insuficiente.

Na religião israelita há apenas um dogma,
princípio fundamental, que é precisamente
a existência do Saberano Creador, daquêle
que é, foi e será, como, num lato sentido,
diz a Biblia.

Não é desconhecida a tendência dos
partidários do credo mosaico para fugir ao
mistério, tentando desvendar à luz da razão
todos os factos. Por isso temos visto a
muitos escritores judeus focar sob múltiplos
aspectos éste assunto. Desta vez é que nem
é um escritor que dêle vem falar nem é sob
um novo aspecto que vai encara-lo. E
apenas um humilde "rabiscador", animado
do desejo de, sem se embrenhir em profun-
das filosofias, auxiliar, sobretudo aquêles
que constituem as cinzas da inquisição, a-
fugir a essa onda materialista que por ai
fora vai cobrindo todos aqueles que não
possuam uma crênça suficientemente pro-
funda ou que recusem pôr tôda a sua inte-
ligência ao serviço desta Causa Soberana.
Além dêsses que nos escutem aquéles que
baidaddamente têm passado parte da sua
vida tentando compreender êsse puro espi-
rito a que obedece tanto o material como o
imaterial. Mas, desde o princípio, não se
iludam: essa compreensão nunca será per-
feita pela simples razão de que o imperfeito,
nós, não poderá jamais abranger o perfeito
"Êle".

Apesar-dísso não desistimos de oferecer
o nosso insignificante auxilio para a com-
preensão da Sua existência, porque a com-
preensão da existência duma coisa difere
muito da compreensão nítida dessa coisa,

Acrescentemos ainda que não vimos
expôr ideas ou teorias nossas; aproveitare-
mos apenas algumas que Flammarion traz no
seu iivro "Deus na Natureza", por ser êste
um escritor de respeitável autoridade cien- '
tifica.

Para nós, Deus é uma força creadora e


 
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