N.° 79 PORTO - Lua d'Abril 5697 (1937 e.v.) ANO XI ============================================================================================================= Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos e para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | aponta-vos o ca- busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | minho. | | _____| | / / | | | | BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH (HA-LAPID) O FACHO ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIRECTOR E EDITOR: -A. C. os BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA Empresa DIARIO DO PORTO, Lda Avenida da Boavista, 854-PORTO || Rua de S. Bento da Victoria, 10 (Toda a correspondencia deve ser dirigida ao director) || ---------------- P O R T O ---------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A NOSSA MISSÃO por NORBERTO A. MORÊNO O mês de Abril recorda-nos que dez anos são passados desde que "O Facho" se acendeu, propondo-se apontar o cami- nho do Bem e do Progresso, quer moral quer intelectual, e iluminar aqueles que tivessem coragem para enveredar por ele. Sempre modesto porque modestos so- mos nós e modestos são os nossos recur- sos. Só não são modestos os nossos sonhos, o nosso ideal. Mas não são sonhos egoístas. Não; são sonhos humanitários: Queremos iluminar e só conseguindo-o poderemos gosar o bem estar e a tranqui- lidade que é privativa dos que cumpriram o seu dever. Temo~nos dedicado à espinhosa tarefa de ressuscitar o judaismo queimado pela ínquísição, em particular, e à defesa dêsse outro judaísmo que não passou por estes horrores, em geral. Temo-nos esforçado também para cons- truir um dique capaz de resistir à horrível onda materialista que ameaça submergír tudo e todos, crentes de que o materialis- mo afasta os nossos semelhantes do cami- nho do progresso e da luz, constituindo para a civilizacão uma marcha de caran- guejo. Sonhamos com uma civilização elevada representada por um edificio ali- cerçado pela Paz, pelo Direito e pelo Amor, abobadado por uma cúpula filoso- fico-religiosa e impregnado duma moral pura o sã. Queremos proclamar bem alto o bri- lhantismo das nossas tradições, prestar as nossas honras e homenagens aos valores que ilustram as páginas da nossa história e mostrar aos novos a sublimidade dos seus exemplos E preciso que êles se orgulhem dos seus, é preciso que te- nham brio e sejam também nobres. É preciso que Israel continue de cabeça levantada, erguendo, ainda quando nau- fragado, a sua epopeia-Biblia Sagrada-, salvando-a das destruidoras tempestades sociais, com o mesmo amor com que Camões salvou os Lusíadas das ondas da imensidão do oceano. É preciso que os mártires da inquisição esqueçam as bar- baridades dos ínquisidores e as chamas das fogueiras, e que se instruam de ma- neira a poder caminhar conscienciosa e orgulhosamente ao lado dos restantes re- presentantes de Israel. É preciso que o Israel de tôdas as nações continue, lei mo- saica em punho, verdade na bôca, fé no coração, ideal na alma, nessa missão atra- vés os mundos em busca da paz, e da feli- cidade universal e eterna. E preciso, por último, que haja luz e que essa luz brilha cada vez mais intensamente, ilumi- nando Israel inteiro, e, se possível fôr, o mundo. Ha-Lapid procurará ser um dos arau- tos dessa missão, auxiliando a formação de barreiras em torno da Lei, a-fím-de a preservar das intempéries e dos ataques dos seus inimigos. Eis, pois, os nossos sonhos, e eis a pesada responsabilidade com qua fazemos arcar Ha-Lapid. Ajudai, portanto, a nossa obra a-fim-de que os nossos esforços conjugados dêem "mundos novos ao mundo" e e ampliem "O Facho".
N.º 079, Yiar 5697 (Abr 1937)
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