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Ha-Lapid הלפיד


N.º 079, Yiar 5697 (Abr 1937)







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               HA-LAPID               5
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luções, volte a unir-se ao Elohim (Deus
dos deuses).

Isto explica-se duma maneira mais ou
menos compreensível pela teoria da reen-
carnação e evolução das almas:

O mundo terreno representa, afinal, o
lugar de provação, castigo ou preparação
para a futura e eterna vida. As manchas
ou máculas que embaciam a alma são
devidas ao egoismo, ao ódio, à inveja e a
todos os outros defeitos, que não passam
de pestiferos cancros.

O Elohim, pelo dom de Justiça Supre-
ma, põe diante da personalidade humana
dois caminhos divergentes: o do Bem ou
da paz eterna e o do mal ou da provação;
aconselha-lhe a escolha do primeiro, dan-
do-lhe, contudo, a liberdade de a fazer ou
não.

O paraíso terrestre e o primeiro par
representam, duma maneira simbólica, esta
teoria. Esse Eden esta povoado de árvo-
res cheias de belos frutos. Deus autoriza
a comer de todos (caminho do Bem) ex-
cepto dos da célebre árvore que repre-
senta o Mal.

O ditoso par prefere enveredar pelo
mau caminho e "Ele", como Supremo
Juiz, dá-lhe o respectivo castigo.

Assim o que se passa com a alma.

Depois de um determinado tempo de
vida terrena, Deus toma o corpo e lança-o
aos bichos. Procede em seguida ao julga-
mento das almas. No tribunal celeste as
manchas que a embaciam são outras tantas
testemunhas de acusação. O Supremo Juiz
indica-lhes e mostra-lhes a necessidade de
as apagar. O que faz para isso? Cozê-las
em caldeírões de água a ferver ou lançá-
las às fogueiras? Não. Esse dantesco in-
ferno, pintado a trágicas côres por algu-
mas religiões, não existe. "Ele" procede
duma maneira mais simples e menos bár-
bara: manda-as novamente à terra, intro-
du-las num novo corpo material, isto é,
fá-las reencarnar e deixa-as continuar a
sua evolução. Essas almas já têm uma no-
ção mais ou menos completa do que devem
ou não fazer. Tudo depende da coragem
e, digamos, da força de vontade que tiverem
para se vencer a si próprias enveredando
pelo bom caminho. Cada vicio vencido é
uma mancha que na alma se apaga para
sempre, o que garante uma marcha gradual
para a perfeição, banindo ao mesmo tempo
a hipótese duma reencarnação perpétua.



Assim se explica a extraordinária noção
que por vezes temos de que já vimos um
certo rosto ou ouvimos uma certa voz e
de que já fizemos ou pensamos uma
determinada coisa. Esta noção umas vezes
apaga-se rapidamente sem que, por mais
que pensamos, por mais que investigue-
mos dentro em nós, nada consigamos ver
ou compreender; outras vezes averigua-
mos que aquêle rosto ou aquela idea
nunca tinham sido do nosso conhecimento.
A propósito pode vir a lembrança dos fi-
losóficos fenómenos do sub-consciente,
mas diferem muito porque se não trata
de coisas apenas apagadas na nossa me-
mória momentânea, mas sim de coisas
que nos são inteiramente desconhecidas.
Poder-se-â explicar o caso dizendo que o
rosto que tivemos a impressão de ver ou
a voz que tivemos a impressão de ouvir
nos foram talvez familiares n'alguma outra
vida por que tivéssemos passado. Pode
até ser que se trate de duas almas noutra
encarnação ligadas por laços fraternais.
Esta última hipótese explicaria ainda, p.
ex., a atracção espiritual que por vezes
sentimos por uma creatura que vemos
pela primeira vez e à qual nem sequer
ouvimos a voz. Porém, como os nossos
cérebros são diferentes na nova forma,
não há nitidez de compreensão.

Mas... uma existência passou mais,
composta por dias meses ou anos. O novo
corpo vai dar vida a outras vidas, asso-
ciando as suas vitaminas a outras vitami-
nas e a alma vai novamente ao celeste
julgamento. Está mais cristalina? Tem
as mesmas manchas? Lá se verá. As
que tiver trá-la-ào outra vez à carne, vi-
verá uma nova vida e, assim, evoluirá ate'
atingir a suprema perfeição que lhe dará
direito à paz e à felicidade eternas.

Chegados a êste ponto, uma dúvida
poderá surgiu-Será possível que haja
creaturas tão perfeitas que possuam uma
alma em estado de pureza tal que não
necessite voltar à carne?

Mas se refletirmos um pouco esta
dúvida desvanecer-se-à:

Como sabemos Deus, é um espírito
infinito, "está no céu, na terra e em toda
a parte". Sendo assim ainda que a alma
não esteja completlssimamente pura, isto
é, ainda que haja alguma mancha, isso
não deverá servir de obstáculo à comu-


 
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