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N.º 079, Yiar 5697 (Abr 1937)







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 6           HA-LAPID
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nhão com o Sêr Supremo, porque essa
mancha será de nulos efeitos no infinito
espirito divino. Equivale a lançar uma
microscópica gota de água suja no imenso
oceano.

Certo é também que ainda que a alma
contivesse muitas manchas, não seria im-
possivel a Deus agrega-la a si porque
oo+0,000.001=oo assim como oo+1=oo
(infinito mais uma milionésima é igual a
infinito, assim como infinito mais uma
unidade é igual a infinito). Porém o seu
dom de Suprema, justiça impede-O de
assim proceder. E necessário que, por
si própria, a alma adquira a perfeição
máxima.

Eis, pois, aqui uma idea nobre e de
um grande alcance Ela nos mostra que
o ódio, o egoísmo, a inveja e os demais
defeitos nos afastam da suprema perfei-
ção e, pelo contrário, a resignação, a hu-
mildade, a paz, a justiça, o amor e as de-
mais qualidades nos aproximam dela.
Sendo assim porque é que voluntária-
mente, nos havemos de afastar dessa paz
e dessa perfeição para nos expormos ao
contacto da podridão e da matéria?

As teorias enunciadas vão-me permitir
ampliar a lei do grande químico Lavoisier.
Ele dizia: "Na natureza nada se perde,
nada se cria; tudo se transforma". Eu
direi: "No Universo inteiro também nada
se perde nem nada se cria; tudo se trans-
forma (evolue)."

Aqui temos dois ciclos completos res-
pectivamente da vida material e da vida
espiritual.

Exemplifiquemos, embora desnecessá-
riamente, a evolução da matéria: Supo-
nhamos, ex., o nosso corpo material.
Abandonado pela alma decompõe-se. Vai
alimentar milhares de seres, animais e
vegetais. Estes, por sua vez, vão, possi-
velmente, ser ingeridos por novos corpos
materiais humanos e despontarão em crian-
ças recem-nascidas. Estas crescerão e vi-
verão, decompondo-se novamente mais
tarde, sendo oferecidas a outros ani-
mais e a outras plantas. E... assim du-
rante tôda a eternidade.

A evolução do espirito é análoga.
Começa, como já disse, por uma centelha
divina que é insuflada no corpo. Em se-
guida a evolução descendente (a alma sendo
manchada) e ascendente (purificação dessas
manchas). Por último o seu regresso à

 

comunhão com o Sêr Supremo. E... tam-
bém, assim durante tôda a eternidade.
As ideas que acabo de expor estão su-
mariamente condensadas na seguinte pas-
sagem do Zohar (Livro do Explendor) III,
278.a: "A alma puríficada voltará a Deus
como a ave volta ao seu ninho. Neste ni-
nho divino, que náo é outra coisa senão
a verdade absoluta, a alma encontrará
tôda a sua felicidade. Nela mergulha até
tomar consciencia da sua individualidade:
ela não é mais que um ramo da grande
árvore. A real princeza reentrará mages-
tosamente na côrte do rei seu pai."

Dir-se-ía que há uma generalização de
ciclos eternos.

O que se passa com a nossa alma e
com o nosso corpo em conjunto, passa-se
ainda com cada célula dêste último, como
provam as modernas descobertas da mi-
crocinematografia. Dentro de cada célula,
que até agora se julgava ser o mais sim-
ples dos organismos dos sêres vivos, tra-
vam-se, afinal, combates formidáveis entre
micróbios e fagocitos. E essas infimas
células normais "desenvolvem-se em per-
feita harmonia: nascem, evoluem, reprodu-
zem-se e morrem, substituindo-se conti-
nuamente, enquanto o corpo vive." (1)

Sempre e em tudo a lei da evolução.

Vimos três ciclos separados respectiva-
mente por distâncias quási infinitas. Mas,
estou certo que, à medida que, a ciência
fôr progredindo nos irá revelando a exis-
tencia de muitos mais, constituindo todos
por sua vez um ciclo único sabiamente
organizado e dirigido que representará
um hino de louvor ao Eterno, e admira-
ção à sublime obra da Creação.

Fica explicada, o mais claramente que
me foi possível, a concepção da alma se-
gundo a religião Israelita em geral e se-
gundo a minha opinião em particular.

Resta-me apresentar a divisão da per-
sonalidade humana. Vejamos, pois, essa
divisão em síntese e segundo a escala as-
cendente: a) Corpo adâmico ou material.
b) Nephesh, termo hebraico de que se não
pode fazer uma versão literal e que sen-
sivelmente designa a parte conhecida com
o nome de per-espirito ou corpo astral:

(1) inteligência, n.° 27, pág. 87: "A microcine-
matografia".


 
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