2 HA-LAPID ========================================= Historia Sagrada Infantil. por DAVlD MORÊNO (Continuação do n.° 77) CAPITULO XXXVII Balaam e a sua burra Balaam levantou-se cedo e, aparelhada a burra, partiu com os princepes de Moab. Porém, Deus, não gostou daquela pressa e mandou um anjo que, num caminho es- treito, de espada em punho, lhe impediu a passagem. A burra, assustada por esta aparição, estacou encostando-se a uma parede do lado e magoando neste movimento o pé do seu dono. Balaam, que não vira o anjo picou-a, incitando-a a continuar o caminho, mas ela recusou-se a andar. Picou-a novamente com mais fôrça. A burra não se mecheu. Deus então fê-la falar e ela exclamou: "Que te fiz eu ? Não sou a burra que tens montado sempre? já te fiz alguma partida semelhante a esta ?" O eterno abriu os olhos a Balaam, que só então notou a presença do anjo, em pé, sôbre o caminho, sustentando a espada nua. O anjo diz-lhez-"Porque bateste na burra? Fui eu que me coloquei diante por- que vais empreender com muita pressa uma viagem que me é odiosa." Balaam respondeu: "Eu pequei, e se esta viagem te desagrado, voltarei atrás" Mas o anjo tornon:-"Continua o caminho; sómente não dirás senão aquilo que eu te ordenar". Balaq tendo conhecimento da chegada de Balaam foi ao seu encontro preguntando- -lhe-"Porque recusaste vir primeiramente? julgas que não estou em condições de te prestar as merecidas honras?" Ele respondeu-lhez-"Bem vês que aqui estou; contudo não depende de mim amal- diçoar ou abençoar o povo. Apenas poderei dizer o que Deus me inspirar." CAPITULO XXXIII A benção de Balaam Mal despertou o dia seguinte Balaq con- duziu Balaam a um monte donde se avistava o acampamento de Israel. Ai construíram sete altares em honra de Baal nos quais sa- crificaram sete bois e sete cordeiros. De- pois disto, deante de todos, Balaam inspirado por Deus, pronunciou estas palavras: "Faz-me vir de Aram, Balaq, rei de Moab; "Chama-me dos montes do Oriente... "Vem amaldíçoar em meu nome Jacob! "Sim, vem expulsar Israel!- "Como amaldiçoarei eu o que Deus não amaldíçoou? "Como detestarer eu o que Deus não detesta? "Sim, vejo-o do cimo dos rochedos, "E do alto das colinas o descortino. "Este povo vive solitário, "Não se confundirá nunca com as nações. "Quem pode contar a descendencia de Jacob, "Enumerar a multidão de Israel? "Possa eu morrer como morrem êstes justos, "E possa o meu fim assemelhar-se ao seu!" Balaq diz a Balaamz-"Que foi que tu fi- zeste? Mandei-te vir para almadiçoar os meus inimigos e, ao contrário do que eu queria, vens abençoa-los! Vem comigo a outro lugar donde apenas possas ver uma parte do povo e de lá o amaldiçoarás." Conduziu-o ao cimo dum outro monte. Uma vez chegados levantaram sete altares e fizeram outros tantos sacrifícios, como da primeira vez. Posto isto Balaam não pode deixar de continuar celebrando a grandeza de israel: "Sim, recebi ordem de abençoar; "Ele abençoou, eu não posso desdize-lo. "A iniquidade não pode atingir Jacob, "Nem a desgraça espreitar Israel; "O Eterno, seu Deus, está com êle, "E a amizade dum rei o protege." Balaq atalhou:-"Não o amaldiçôas, mas ao menos não o abençoarás". E conduziu-o ao cimo dum terceiro monte. De lá, Balaam avistou Israel que estava acampado por tri- bus e, tocado pelo espirito divino exclamou: "Como as tuas tendas são belas, ó Jacob; "As tuas habitações, ó Israel "Quem te abençoar será abençoado "Quem te amaldiçoar será amaldiçoado."
N.º 079, Yiar 5697 (Abr 1937)
> P02