HA-LAPID 5 ===================================== Clarões de incêndio na noite Abril, 1933. -Vermelho incêndio no céu de Berlim. O Reichstag está em fogo. Quem cometeu êste crime? A voz popular não se engana. Não é o pobre incons- ciente que os chefes oficiais da Nova Alemanha querem abater. E' o mesmo que tendo querido a destruição do vélho monumento - símbolo da representação popular-bàrbaramente aniquilou a liber- dade do seu povo. Morte da liberdade. Novembro, 1938.-Vermelhos incên- dios no céu do Reich. As sinagogas ardem. Mulheres, vélhos. crianças são atiradas para a rua na noite. O sangue corre. Que crimes cometeram aquêles sôbre que se exerce uma tal violência? Têm sido maus cida- dãos? Não, o seu crime, a sua falta é serem Judeus. Os Rolos da Lei, aquêles livros Sagrados, são lançados nos braseiros. Os santuários pacificos e veneráveis casas consagradas à oração e à exaltação reli- giosa, afundam-se nas chamas. A turba de nazis troça diante da blasfêmia. Amanhã haverá ainda profanações. Outras confis- sões, filhas da mesma fé, serão feridas e injuriadas. E' porque elas, também, pro- fessam o respeito do homem, criação de Deus, o amor do próximo? Exaltação doida da violência e da íni- qüidade. Marte da amor fraternal. Setembro, 1939.-Vermelhos incên- dios no céu da Polónia. O canhão causa a desordem. Bombas mortuárias caem in- cendiando casas, hospitais, asilos de órfãos. destruindo impiedosamente milhares de vidas humanas. Varsóvia, a cidade heróica arde como um facho. Nenhuma lei internacional. nenhum sentimento de humanidade pro- tege o povo polaco, cujo único crime é existir, querer sobreviver, livre e indepen- dente, é defender-se contra os inimigos que querem, pelo terror, curva-lo sob um jugo cruel. A fôrça brutal é desenca- deada, com desprêso de tôda a justiça. Morte do direito. Barbárie. Tais são as ordens de Hitler. Tais são as façanhas dessas hordas sem fé, nem Deus. A civilização, preciosa testemunha dos esforços da humanidade para melhores condições de existência, a religião, que eleva a alma do homem e o exalta no amor, tôdas estas cousas que são a digni- dade e a honra da humanidade-são con- denadas a sofrer a lei da afrontosa violên- cia, a escravidão dos bárbaros? Não. Depois da noite sulcada pelo clarão dos incêndios elevar-se-á o dia, o dia puro da vitória. Saüdemos em nome do Senhor nosso Deus, os que dêle serão os artistas: os soldados desta obra de liberdade. O dia que vir a Alemanha ven- cida, pelos exércitos da França e da Ingla- terra, depor as suas armas, será saudado como uma aurora de alegria para a huma- nidade da justiça e do amor. PIERRE GEISMAR. L'Univers Israelite. Tradução de Norberto A. Moreno. ---------------------------------------- começa a tríplice bênção com as mãos impostas sôbre a cabeça do candidato e depois desce-as tocando-lhe com os dedos as faces). A assistência diz:-Amen (Assim seja). Em seguida o Reitor abraça o candi- dato. dá-lhe a Neshikah (beijo ritual) na face, sendo em seguida imitado pelos dois morins (preceptores) Samuel Rodrigues e David Moreno. Então o novo moreh Gabriel dirige-se para a Thebah (Tribuna dos oficiantes), cobre-se com o Taleth (manto litúrgico) e celebra a oração de Arbith (Véspera de sábado) com a satisfação de tôda a assis- tência. Mais um obreiro para trabalhar no resgate dos seus irmãos maranos, que Deus Bemdito lhe dê fôrça e coragem na sua nobre missão e que nunca o desânimo entre na sua alma, que sempre tenha fé, vontade e perseverança.
N.º 095, Tishri-Heshvan 5700 (Set-Out 1939)
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