Ha-Lapid הלפיד

 2              HA-LAPID
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     A saída dos judeus do Egito

       (CONTOS DA MINHA BÍBLIA)

"Minha mãe, conta-me uma história
da tua Biblia. Já estou cansada dos contos
do meu livro, são todos tão antigos" dizia
a pequena Naomi fechando o seu livro
com impaciência. A mãe respondia sor-
rindo "Naomi as histórias da Bíblia são
mais antigas, não devem pois ter muito
interesse para ti

"Sim, minha mãe, mas (dessas não me
canso eu; são sempre tão bonitas as que
tu me contas."

"Bom, então vamos escolher uma de
especial interesse para nós, agora que se
aproxima a Páscoa, a saída dos judeus do
Egito e a sua passagem pelo Mar Ver-
melho.

Desde o tempo de Joseph que os judeus
viviam no Egito onde tinham sido sempre
tratados com muita benevolência. Mas,
na época em que começa a minha história,
reinava um imperador Pharaon que, te-
mendo a preponderância no seu país desse
povo tão arrojado e inteligente, resolveu
exterminá-lo ordenando que fôssem afo-
gadas tôdas as crianças do sexo masculino
que nascessem.

Mas houve uma mãe que desafiou a
ordem real, conseguindo, durante muitas
semanas esconder o seu filho. Isto, porém,
não o pôde fazer por muito tempo; e
então, resolvendo separar-se dêle, meteu-o
no seu pequeno berço e, deixando sua
filha Miriam de guarda, escondeu-o entre
juncos à borda do rio. Aí costumava
tomar banho a princesa filha de Pharaon.

Nesse dia, quando saía do banho, o
acaso deu que encontrasse o pequenino
berço alí escondido Ordenou às suas don-
zelas que lho trouxessem e disse. "deve
ser uma pobre criança judia; vamos sal-
vá-la da sua sorte."

Ao mesmo tempo encomendava que
fossem procurar uma ama para a criança.
e então Miriam, que estava ao facto de
tudo quanto tinha passado, aproximou-se
e pediu à princesa que lhe deixasse trazer
uma ama que ela conhecia. A princesa



acedeu ao seu pedido e foi ela buscar sua
própria mãe. O pequeno chamou-se Moisés
o que em hebraico significa que da água
o tinha ela salvo.

Moisés cresceu e viveu no palácio, e
desde pequeno sua mãe lhe soube infundir
o amor pela sua raça. Assim é que via
com tristeza a vida que os pobres judeus
levavam. Os egípcios maltratavam-nos
obrigando-os a trabalhar bàrbaramente.
Empregavam-nos para fabricar casas e eles
próprios tinham que fazer os ladrilhos
para elas.

Um dia Moises viu um egípcio bater e
maltratar um judeu e, cheio de indignação,
quis intervir para defender o seu irmão de
raça. Bateu-se com o egípcio e matou-o,
e então, alarmado pelo que tinha feito,
fugiu da cidade. Viveu algum tempo nos
campos como pastor e um dia em que
conduzia o seu ebanho viu um arbusto a
arder; chamou-lhe a atenção que as chamas
não devorassem a rama, e pensando que a
sua vista o teria enganado, aproximou-se
quando, ouviu uma voz que chamava;
-Moisés. Moisés, afasta-te que estás pi-
sando terra sagrada. Moises encurvou-se
cheio de pavor, e do arbusto ouviu voz
de Deus que lhe dizia que voltasse ao
Egito que era ele o escolhido para liber-
tar o seu povo e conduzí-lo a terra de
Canaan que tinha sido prometida aos seus
antepassados. Moises, que era um modesto,
não compreendia como Deus (Bendito) o
tivesse escolhido para tão grande missão
e, alegando a sua incapacidade, pedia que
fôsse outro nomeado para êsse fim. Mas
Deus (Bendito) disse-lhe que êle lhe mos-
traria o caminho, e para provar-lhe o poder
que lhe dava, disse-lhe que atirasse com a
sua vara para o chão. Moisés viu com
espanto que se transformam numa ser-
pente que, quando lhe quis pegar tomou
a sua forma primitiva. Agora Deus disse-
lhe que puzesse a sua mão ao peito Moi-
sés assim fêz e, aterrorízado, viu-a coberta
de lepra. Deus disse-lhe que mão se assus-
tasse, que tornasse a coloca-la na mesma