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N.º 111, Sivan-Tamuz 5702 (Mai-Jun 1942)







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              HA-LAPID                7
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Os deveres públicos, cultos e cerimónias

P.-O culto público é necessário?

R.-O culto público é necessário para
traduzir os nossos sentimentos, assim como
a palavra é necessária para exprimir os
nossos pensamentos. Sem culto arriscava-
mos os nossos sentimentos religiosos a fica-
rem inertes enquanto que o culto torna-os
vivos e expressivos.

P.-O que é a reza?

R.-A reza é uma necessidade da nossa
natureza: é a expansão da alma para com
Deus. Quando rezamos comunicamos, fala-
mos por assim dizer com Deus.

P.-Há muitas maneiras de rezar?

R-Há duas maneiras de rezar, a reza
íntima e a reza em público. A reza intima
não está impressa em nenhum livro e não
está formulada sôbre nenhum texto; é a
meditação do nosso coração. Assim para
aquele que sofre as lágrimas que verte
perante Deus são como uma reza. A reza
em público é aquela que se faz com uma
reunião de fiéis. Essas rezas são chamadas
o Rito e são sempre ditas por um Hazan
que é o intérprete dessa assembléia.

P.-A reza é necessária a todos?

R.-Sim a todos é necessário a reza:
Ao que é feliz, porque o homem feliz deve
agradecer a Deus a sua felicidade, ao infeliz,
por que o infeliz necessita implorar o socorro
de Deus; ao pecador, porque deve pedir
perdão dos seus pecados; ao virtuoso, porque
deve pedir a força necessária para resistir às
más tentações e de se conservar no bom
caminho.

P.- Como é que devemos rezar?

R.-Devemos rezar com recato e since-
ridade; o nosso porte deve ser respeitosa e
os nossos fatos asseados e decentes.

P.-Quais são as horas determinadas
para rezar?

R.-E'-nos ordenado rezar tres vezes por
dia, de manhã, de tarde e de noite.

P.-Qual é a reza que um israelita tem
obrigação de dizer de manhã e de noite?

R.-E' a Shemá (Deut VII, 4 a 9).

P.-Dizei a Shemá.

R.-Escuta, Israel, o Eterno é o nosso
Deus, o Eterno é um. (Abençoado seja
Para sempre o nome do seu reino glorioso).
Amarás o Eterno teu Deus, com todo o



teu coração, com toda a tua alma e com
todas as tuas forças. Que as palavras que
eu te ordeno hoje sejam gravadas no teu
coração. Falarás delas quer estejas em tua
casa quer em viagem, quando te levantares
e quando te deitares. As ligarás como sinal
sobre a tua mão e sobre a tua testa, e as
escreverás nos humbrais da tua casa.

P.-O que é a mezuzá?

R.-A mezuzá é um pequeno estôjo que
encerra a Shemá. Coloca-se a mezuzá à
entrada da nossa casa. Ao vê-la quando
entramos ou saímos da nossa casa, devemo-
-nos lembrar de Deus, porque devemos pensar
em Deus fora da nossa casa, na nossa vida
pública assim como na nossa vida intima.

P.-O que é o Sisit?

R.-O Sisit constitui também um sinal
para nos lembrarmos de Deus. No terceiro
parágrafo da Shemá, é-nos recomendado o
colocar nos nossos fatos um sinal visível,
uma franja de cor, "E quando vós virdes
éste sinal vos lembrareis dos mandamentos 
de Deus e os cumprireis e não vos deixarers
seduzir pelas paixões dos vossos corações e
dos vossos olhos. (Números XV, 39).

P.-O que são os tefilin?

R.-Os tefilin contem quatro capítulos
do Pentateuco e devemos tê-los postos durante
a reza da manhã nos dias de semana no
braço esquerdo ao lado do coração e sobre
a testa centro do nosso pensamento.

P.-Depois da Shemá qual é a nossa
reza principal?

R.-A nossa reza principal depois da
Shemá é a reza chamada o Shemoné-Esré,
que compreende dezanove bençãos.

P.-As bênçãos de que se compõe o She-
moné-Esré são as mesmas para o Sábado e
para os dias festivos?

R.-As três primeiras e as tres últimas
só se dizem em dias festivos, as outras treze
são substituídas por uma bênção especial,
relativa à solenidade do dia.

P.-Quando é que se deve dizer as rezas
chamadas Mussaf, Kal Nidré e Neilá?

R.-A reza do Mussaf ou reza suple-
mentar diz-se nos Sábados, nos dias festivos
e em Rosh-Hodesh; as rezas chamadas Kal
Nidré e Neilá formam o principio e o fim da
cerimónia do dia de Kippur.


 
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