2 HA-LAPID ========================================== HISTÓRIA DE ESTER 1-A rainha da Pérsia Vasthi é repu- diada e Ester é proclamada rainha.- No tempo de Assuero, rei da Pérsia, que reinava sôbre 127 províncias, havia em Su- san, sua capital, um judeu. Mardoqueu, que tinha sido levado de Jerusalém, com os cativos deportados para a Caldeia por Na- bacudenuzor, rei de Babilônia. Este Mar- doqueu tinha adoptado como filha sua prima Ester (Hadassah) (Ester palavra persa sigui- fica estrêla. Hadassah palavra hebraica que significa Murta), que já não tinha pai, nem mãe. Um dia Assuero deu um esplêndido festim aos grandes do seu reino, assim como à população de Susan. Mesas sumptuosas foram preparadas nos seus aposentos e também nos da rainha, que recebia as damas da corte. Nesta ocasião o rei exibia as suas imensas rique- zas. Por tôda a parte só se viam pinturas preciosas, tapetes magníficos, sofás de ouro e prata: e as bebidas eram oferecidas só em vasos de ouro. Este festim prolongou-se durante 180 dias. No último dia Assuero, cujo coração estava excitado pelo vinho, pediu que a rainha Vasthi viesse, revestida da coroa real, apre- sentar-se perante os grandes do reino, com o fim de fazer admirar a sua beleza. Mas a rainha recusou apresentar-se, e o rei ficou tão irritado com esta recusa, que a repudiou. Algum tempo depois Assuero fêz reunir no seu palácio as raparigas mais belas e distintas do seu reino, afim de escolher a que devia substituir Vasthi. Entre essas meninas encontrava-se Ester. Apresentada ao rei Assuero, ela lhe agradou pela sua simplicidade e pela sua graça, de tal modo que êle a escolheu para ser rainha e colocou a coroa sôbre a sua cabeça. Contudo, Ester não lhe revelou nem o seu povo, nem a sua origem, como lhe tinha reco- mendado Mardoqueu. 2-Mardoqueu denuncia uma conspi- ração contra o rei-Todos os dias, Mar- doqueu vinha à porta do palácio para saber notícias de Ester. Tendo ouvido dois ofi- ciais da côrte que conspiravam contra a vida do rei. Êle deu conhecimento ime- diato disto à Ester, e esta informou o rei em nome de Mardoqueu. Uma investi- gação foi começada, a qual confirmou o facto; os dois culpados foram enforcados; e o acontecimento foi escrito nas crónicas do reino. 3-Aman quer mandar massacrar todos os judeus do Império.-Nessa época, Assuero elevou Aman à mais alta dignidade do Império. Aman era um homem arrogante e cruel. Todos os servidores do rei se prostavam perante êle, segundo ordem do rei. Só Mardoqueu recusava faze-lo; êle não queria prestar a um homem a honra que deve ser reservada só a Deus. O orgulho de Aman foi muito ferido por isso, e resolveu vingar-se; mas, não que- rendo atingir só Mardoqueu, êle resolveu exterminar com êle tóda a nação judaica. Tirou à sorte o dia e o mês mais favo- ráveis ao seu designio: a sorte indicou 13 do mês de Adar. Então Aman diri- giu-se ao rei e disse-lhe: "-Existe uma nação disseminada por todas as províncias do teu reino; esta gente tem leis que dife- rem de todas as outras nações; quanto às leis do rei, êles não as observam; não é pois interesse do rei conserva-los. Se pois o rei consente nisso, que um edito seja publicado para os fazer morrer, e eu, entre- garei 10.000 kikkars de prata no Tesouro real." O rei tirou imediatamente o seu anel do dedo, entregou-o a Aman e disse- -lhe: -"Fica com o dinheiro e quanto a êsse povo, trata-o como te aprouver!" Imediatamente Aman fêz expedir para todas as partes do Império cartas contendo a ordem de exterminar no mesmo dia, a 13 do mês de Adar, todos os judeus, homens, mulheres e crianças. 4-Ester decide-se a ir ter com o rei arriscando a sua -vida.-O edito de Aman, que foi igualmente publicado em Susan, a capital do reino, lançou todos os judeus numa profunda consternação. Mar- doqueu rasgou os seus vestidos, cobriu-se de cilicios, e percorreu a cidade chorando
N.º 121, Shevat-Adar 5704 (Jan-Fev 1944)
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