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N.º 121, Shevat-Adar 5704 (Jan-Fev 1944)







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 2             HA-LAPID
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           HISTÓRIA DE ESTER

1-A rainha da Pérsia Vasthi é repu-
diada e Ester é proclamada rainha.-
No tempo de Assuero, rei da Pérsia, que
reinava sôbre 127 províncias, havia em Su-
san, sua capital, um judeu. Mardoqueu, que
tinha sido levado de Jerusalém, com os
cativos deportados para a Caldeia por Na-
bacudenuzor, rei de Babilônia. Este Mar-
doqueu tinha adoptado como filha sua prima
Ester (Hadassah) (Ester palavra persa sigui-
fica estrêla. Hadassah palavra hebraica que
significa Murta), que já não tinha pai, nem
mãe.

Um dia Assuero deu um esplêndido
festim aos grandes do seu reino, assim
como à população de Susan.

Mesas sumptuosas foram preparadas nos
seus aposentos e também nos da rainha,
que recebia as damas da corte. Nesta
ocasião o rei exibia as suas imensas rique-
zas. Por tôda a parte só se viam pinturas
preciosas, tapetes magníficos, sofás de ouro
e prata: e as bebidas eram oferecidas só
em vasos de ouro.

Este festim prolongou-se durante 180 dias.
No último dia Assuero, cujo coração estava
excitado pelo vinho, pediu que a rainha
Vasthi viesse, revestida da coroa real, apre-
sentar-se perante os grandes do reino, com
o fim de fazer admirar a sua beleza. Mas
a rainha recusou apresentar-se, e o rei
ficou tão irritado com esta recusa, que a
repudiou.

Algum tempo depois Assuero fêz reunir
no seu palácio as raparigas mais belas e
distintas do seu reino, afim de escolher a
que devia substituir Vasthi. Entre essas
meninas encontrava-se Ester. Apresentada
ao rei Assuero, ela lhe agradou pela sua
simplicidade e pela sua graça, de tal modo
que êle a escolheu para ser rainha e colocou
a coroa sôbre a sua cabeça. Contudo,
Ester não lhe revelou nem o seu povo, 
nem a sua origem, como lhe tinha reco-
mendado Mardoqueu.

2-Mardoqueu denuncia uma conspi-
ração contra o rei-Todos os dias, Mar-
doqueu vinha à porta do palácio para saber
notícias de Ester. Tendo ouvido dois ofi-
ciais da côrte que conspiravam contra a



vida do rei. Êle deu conhecimento ime-
diato disto à Ester, e esta informou o rei
em nome de Mardoqueu. Uma investi-
gação foi começada, a qual confirmou o
facto; os dois culpados foram enforcados;
e o acontecimento foi escrito nas crónicas
do reino.

3-Aman quer mandar massacrar
todos os judeus do Império.-Nessa
época, Assuero elevou Aman à mais alta
dignidade do Império. Aman era um homem
arrogante e cruel. Todos os servidores do
rei se prostavam perante êle, segundo
ordem do rei. Só Mardoqueu recusava
faze-lo; êle não queria prestar a um homem
a honra que deve ser reservada só a Deus.

O orgulho de Aman foi muito ferido por 
isso, e resolveu vingar-se; mas, não que-
rendo atingir só Mardoqueu, êle resolveu
exterminar com êle tóda a nação judaica.

Tirou à sorte o dia e o mês mais favo-
ráveis ao seu designio: a sorte indicou
13 do mês de Adar. Então Aman diri-
giu-se ao rei e disse-lhe: "-Existe uma
nação disseminada por todas as províncias
do teu reino; esta gente tem leis que dife-
rem de todas as outras nações; quanto às
leis do rei, êles não as observam; não é
pois interesse do rei conserva-los. Se pois
o rei consente nisso, que um edito seja
publicado para os fazer morrer, e eu, entre-
garei 10.000 kikkars de prata no Tesouro
real." O rei tirou imediatamente o seu
anel do dedo, entregou-o a Aman e disse-
-lhe:

-"Fica com o dinheiro e quanto a
êsse povo, trata-o como te aprouver!"

Imediatamente Aman fêz expedir para
todas as partes do Império cartas contendo
a ordem de exterminar no mesmo dia, a
13 do mês de Adar, todos os judeus,
homens, mulheres e crianças.

4-Ester decide-se a ir ter com o
rei arriscando a sua -vida.-O edito de
Aman, que foi igualmente publicado em
Susan, a capital do reino, lançou todos os
judeus numa profunda consternação. Mar-
doqueu rasgou os seus vestidos, cobriu-se
de cilicios, e percorreu a cidade chorando


 
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