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N.º 121, Shevat-Adar 5704 (Jan-Fev 1944)







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             HA-LAPID              3
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amargamente. Ele mandou imediatamente
dizer a Ester para que se apresentasse
ante o rei e interceder pela sua nação.
Mas a rainha respondeu-lhe: "Tôda a
pessoa que aparece perante o rei, sem ter
sido chamada, incorre na pena de morte, a
menos que o rei não lhe estenda o seu
ceptro para lhe perdoar. Ora como serei
eu acolhida pelo rei? Há trinta dias que
não fui chamada à sua presença." Mar-
doqueu mandou-lhe então esta resposta
enérgica:- "Não tenhas a ilusão que, den-
tre os judeus, só tu poderás escapar ao
perigo, protegida no palácio do rei; porque
se tu te calas na hora em que estamos, a
libertação e a salvação surgirão para nós
doutra parte, enquanto que tu e a tua serão
destruídas. E quem sabe se foi para uma
tal conjectura que tu chegaste a rainha?"

Ester mandou dizer a Mardoqueu:-
"Vai, reúne todos os judeus de Susan; não
comeis nem bebeis, durante três dias e três
noites: as minhas serventes e eu faremos o
mesmo. Em seguida me apresentarei ao
rei, e se devo morrer, morrerei!"

Mardoqueu fêz o que Ester tinha orde-
nado.

5-Ester é bem acolhida pelo rei.-
No terceiro dia Ester vestiu os trajes reais
e apresentou-se no limiar do aposento real.
Assuero estava assentado no seu trono.
Logo que ele viu Ester, ela encontrou
graça a seus olhos, e ele lhe estendeu o
ceptro de ouro, do qual ela tocou na extre-
unidade.

-"Que tens tu, rainha Ester, lhe diz
ele, e que pedes tu? Ainda que seja a
metade do meu reino, ela te será con-
cedida."

Ester respondeu:

-Se agrada ao rei, que venha êle e
Aman jantar comigo."

O rei aceitou; e mandou imediatamente
a Aman dizer, que fôsse com êle, a um
festim preparado por Ester.

Durante a refeição o rei repetiu a Ester:
-"Diz o que desejas: ainda que seja a
metade do meu reino eu to concederei!

-"Se eu encontrei graça aos teus olhos,
queiras voltar amanhã com Aman ao festim
que vou preparar-vos, e então te direi o que
desejo."

Aman retirou-se muito alegre, cheio de
Orgulho de ter sido o único que a rainha



convidou com o rei. Mas ao sair do palá-
cio e viu à porta Mardoqueu, que recusava
sempre de dobrar o joelho perante êle, o
seu furor despertou. Ao entrar em casa,
diz a sua mulhen: -"Para que me servem
as honras que me concedem o rei e a
rainha, enquanto que êsse judeu Mardoqueu
está assentado à porta do rei."

Então Zerek, sua mulher, lhe diz:-
"Que se levante uma forca, com a altura
de cinqüenta covados; e amanhã pela ma-
nhã pede ao rei para ali pendurarem Mar-
doqueu." O conselho agradou a Aman e
fêz levantar a forca.

6-Honras concedidas a Mardoqueu.
-Aconteceu que naquela noite o rei não
pode dormir. Para se distrair, mandou
que lhe lessem as crónicas do reino, e o
leitor acertou com a passagem onde ese
achava referido que Mardoqueu tinha ou-
trora salvo a vida ao rei.

-"Qual foi a recompensa, preguntou
o rei, que foi concedida a Mardoqueu como
prémio da sua fidelidade?"

-Nenhuma, responderam os seus ofi-
ciais.

Nesse mesmo momento anunciaram que
Aman estava no átrio do aposento real.
Êle vinha para apresentar ao rei o seu
pedido para enforcar Mardoqueu. O rei
tendo ordenado que o mandassem entrar.
lhe disse:

-Que convém fazer a um homem que
o rei deseja dignificar?

Aman, supondo que não se podia tratar
doutro senão dêle, respondeu:

-Que o rei mande vestir este com
vestes reais, que o faça montar sobre um
dos cavalos que o rei costuma montar, e
sobre a cabeça dêle seja posta a coroa real,
que o rei mande levar este homem a casa
dum dos grandes do reino, e que ésse
senhor o conduza, segurando pelas rédeas,
pelas ruas principais da cidade, procla-
mando:- "É assim que o rei trata quem
quer dignificar!"

-Vai depressa, diz o rei a Aman, e,
tudo o que acabas de dizer fá-lo ao judeu
Mardoqueu sem nada tirar!

Aman estupefacto, não pode recusar a
cumprir as ordens do rei. Êle prestou as
honras a este Mardoqueu. que éle julgava,
ainda nesse momento, poder enviá-lo à
forca. Depois voltou precipítadamente para


 
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