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Ha-Lapid הלפיד


N.º 122, Nissan-Yiar 5704 (Mar-Abr 1944)







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 8             HA-LAPID
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explicado... Coisa admirável: Nada de
lábios, mas de qualquer maneira interior-
mente... depois. de repente eu fui deslum-
brado!... Eu tinha os olhos fechados, e
contudo eu via uma luz, uma grande, uma
imensa luz!...

-É isso! diz o Reitor, inclinando a
cabeça.

-E depois senti-me tão bem nesta luz,
tão leve... Parecia-me que eu não pesava
nada, como o meu corpo... que eu podia
voar...

-É isso! É isso!

-E depois eu tornei-me alegre, prazen-
teiro, feliz... o meu rosto não mexia, os
meus lábios não mexiam, e contudo eu ria...
e tão francamente... tão cordialmente...
tão alegremente...

-Aqui está! É isso! É pela alegria!

-E depois qualquer coisa murmu-
rava em mim como o comêço duma me-
lodia...

O Reitor saltou do seu banco, e dum
salto foi para o seu discípulo.

-Bem? Bem?

-...E depois eu ouvi que havia um
canto que começava em mim!

-Que sentiste tu? O quê? Diz!

-E sentia que todos os meus sentidos
estavam fechados, bem fechados, e que
havia um canto interior, e como é preciso,
absolutamente, sem nenhuma palavra, como
isto...

-Como? Como?

-Não, eu não posso. No principio, eu
sabia... E depois o canto tornava-se...
o canto..

-O quê? Em que se tornava?

-Uma espécie de música, como se eu
tivesse em mim próprio um violino. Ou
bem ainda como se Yonah, o músico, esti-
vesse em mim e tocasse cânticos como à
mesa do Rabi! E sempre nada de voz,
nenhuma voz. nada fora do espiritual!

-Bem-aventurado! Bem-aventurado!
Bem-aventurado!

-E agora tudo desapareceu, disse o
disclpulo com tristeza. Os meus sentidos
abriram-se de novo, e eu estou tão fatigado,
de talmodo, tão...tão...de tal...modo...
fatigado  que eu... Mestre! exclamou de
repente levando a mão ao coração. Mestre!
Rezai as últimas orações por mim! Vie-
ratn-me buscar! No côro celeste têm
necessidade dum pequeno cantor... Um



anjo de asas brancas! Mestre! Mestre!
Escuta Israel! Escu... cuta... Is ..

                 *
               *   *

Tôda a gente, na pequena cidade, dese-
java morrer duma tal morte. Mas o Reitor
achava que era pouco.

-Alguns jejuns mais, gemia êle, e ele
sería morto com o beijo divino.

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           VIDA COMUNAL
             LISBOA

Ano Novo das árvores-A juventude
israelita Makabi Stsair no dia 9 de Feve-
reiro festejou esta data de 15 de Shebat
com grande satisfação e alegria das crianças.

Homenagem de Saüdade-Na Asso-
ciação da juventude Israelita Hehaber na
noite de 10 de Fevereiro realizou-se uma
sessão de homenagem à saüdosa memória
do Rabi Dr. Nissim Ovadia, do Rabi Sega-
lovitz Rab e do Dr. Alfredo Klee, antigo
presidente da Comunidade Israelita de Ber-
lim. Usaram da palavra vários oradores e
foi pronunciada a oração fúnebre askabah.

Depois desta sessão foi feita uma confe-
rência pelo Reverendo Mendel Diendruck
sob o tema Influência da Bíblia na Histó-
ria Mundial.

Purim -Esta festa da Rainha Esther foi
celebrada pela Associação da juventude
Israelita Heaber da seguinte forma:

No dia 11 de Março o tradicional baile
de Purim.

No dia 19 de Março uma matiné infantil
pelo Grupo juvenil do Hehaber Makabi
Hatsair.

Bar-Mitsvah -Em Março realizou-se a
Bar-Mitsvah (maioridade religiosa) do jo-
vem Samuel janowski, filho do Sr. Isaac
Janowski, um dos fundadores da Comuni-
dade Israelita do Pôrto, actualmente resi-
dente em Lisboa.

Ao Sr. Isaac Janowski e sua gentilissima
Espôsa deseja Ha-Lapid a tradicional

      Besiman Tob - Mazal Tab


 
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