8 HA-LAPID ========================================== explicado... Coisa admirável: Nada de lábios, mas de qualquer maneira interior- mente... depois. de repente eu fui deslum- brado!... Eu tinha os olhos fechados, e contudo eu via uma luz, uma grande, uma imensa luz!... -É isso! diz o Reitor, inclinando a cabeça. -E depois senti-me tão bem nesta luz, tão leve... Parecia-me que eu não pesava nada, como o meu corpo... que eu podia voar... -É isso! É isso! -E depois eu tornei-me alegre, prazen- teiro, feliz... o meu rosto não mexia, os meus lábios não mexiam, e contudo eu ria... e tão francamente... tão cordialmente... tão alegremente... -Aqui está! É isso! É pela alegria! -E depois qualquer coisa murmu- rava em mim como o comêço duma me- lodia... O Reitor saltou do seu banco, e dum salto foi para o seu discípulo. -Bem? Bem? -...E depois eu ouvi que havia um canto que começava em mim! -Que sentiste tu? O quê? Diz! -E sentia que todos os meus sentidos estavam fechados, bem fechados, e que havia um canto interior, e como é preciso, absolutamente, sem nenhuma palavra, como isto... -Como? Como? -Não, eu não posso. No principio, eu sabia... E depois o canto tornava-se... o canto.. -O quê? Em que se tornava? -Uma espécie de música, como se eu tivesse em mim próprio um violino. Ou bem ainda como se Yonah, o músico, esti- vesse em mim e tocasse cânticos como à mesa do Rabi! E sempre nada de voz, nenhuma voz. nada fora do espiritual! -Bem-aventurado! Bem-aventurado! Bem-aventurado! -E agora tudo desapareceu, disse o disclpulo com tristeza. Os meus sentidos abriram-se de novo, e eu estou tão fatigado, de talmodo, tão...tão...de tal...modo... fatigado que eu... Mestre! exclamou de repente levando a mão ao coração. Mestre! Rezai as últimas orações por mim! Vie- ratn-me buscar! No côro celeste têm necessidade dum pequeno cantor... Um anjo de asas brancas! Mestre! Mestre! Escuta Israel! Escu... cuta... Is .. * * * Tôda a gente, na pequena cidade, dese- java morrer duma tal morte. Mas o Reitor achava que era pouco. -Alguns jejuns mais, gemia êle, e ele sería morto com o beijo divino. ---------------------------------------- VIDA COMUNAL LISBOA Ano Novo das árvores-A juventude israelita Makabi Stsair no dia 9 de Feve- reiro festejou esta data de 15 de Shebat com grande satisfação e alegria das crianças. Homenagem de Saüdade-Na Asso- ciação da juventude Israelita Hehaber na noite de 10 de Fevereiro realizou-se uma sessão de homenagem à saüdosa memória do Rabi Dr. Nissim Ovadia, do Rabi Sega- lovitz Rab e do Dr. Alfredo Klee, antigo presidente da Comunidade Israelita de Ber- lim. Usaram da palavra vários oradores e foi pronunciada a oração fúnebre askabah. Depois desta sessão foi feita uma confe- rência pelo Reverendo Mendel Diendruck sob o tema Influência da Bíblia na Histó- ria Mundial. Purim -Esta festa da Rainha Esther foi celebrada pela Associação da juventude Israelita Heaber da seguinte forma: No dia 11 de Março o tradicional baile de Purim. No dia 19 de Março uma matiné infantil pelo Grupo juvenil do Hehaber Makabi Hatsair. Bar-Mitsvah -Em Março realizou-se a Bar-Mitsvah (maioridade religiosa) do jo- vem Samuel janowski, filho do Sr. Isaac Janowski, um dos fundadores da Comuni- dade Israelita do Pôrto, actualmente resi- dente em Lisboa. Ao Sr. Isaac Janowski e sua gentilissima Espôsa deseja Ha-Lapid a tradicional Besiman Tob - Mazal Tab
N.º 122, Nissan-Yiar 5704 (Mar-Abr 1944)
> P08