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N.º 124, Tishri-Heshvan 5705 (Set-Out 1944)







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 4            HA-LAPID
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que na velha língua santa. pede ao seu Deus
a breve realização das profecias.

Concluindo o canto messiânico (Hab-
dalah) o rabino e tôda a assembléia elevam
as suas vozes:

-Senhor, nosso Deus e Deus de nossos
pais, torna todos os dias da nossa vida
apraziveis e felizes.

-Favorece-nos com o dom da sabe-
doria e da inteligência. Lança a tua bênção
sôbre a cabeça dos que favorecem o teu
povo de Israel.

-Abre-nos as portas da Luz, da Ciência.
da Sabedoria, da consolação e da paz.

O Shamash sobe à Thebah, acende a
vela de cera, e Rabbi Abraham, sobre o
vinho, sôbre a murta e sôbre a chama
pronuncia as Berakot (bênçãos).

Levanta-se agora um jovem todo vestido
de negro e com a voz impregnada de
tristeza infinda murmura o Kadish (oração
fúnebre) honrando a memória do pai recen-
temente falecído, sôbre o qual pede a pro-
tecção do Deus da sua raça. A oração do
jovem, escutada em silêncio profundo, é
interrompida de quando em quando pelo
Amem (assim seja) proferido pelo Kahal.

Abrem-se de par em par as portas do



guarda-vento. e os hebreus que vão saindo
trocam entre si juntamente com o aperto
de mão, o Shabuahtob (uma boa semana).

É o sétimo dia do mês, não podemos
retirar-nos ainda porque se vai proceder-
à Berekat Halebanah.

A lua, no seu crescente caminha vagar-os¡
pelo firmamento, acompanhada por um
séquito numeroso de refulgentes estrelas.
Ali no jardim da Beth-Akenesset (sinagoga)
recinto vedado aos indiscretos olhares por-
altos muros, os filhos de israel, contem-
plando o astro da noite, que os envolvia
no seu manto de poética melancólica luz,
elevavam ao Omnipotente Deus de Abrahan,
de Isaac e de Yakob, cantos de reconheci-
mento e de amor.

Enquanto o meu pensamento restituia
cenas idênticas no nosso saudoso e sacros-
santo pais de Kanaan, da cidade subia para
o céu um ruido surdo e imenso, caracte-
rístico produto da vida agitada e febril das
modernas sociedades.

   Publicado no Intransigente- Lisboa, 1911.

                            BARROS BASTO,
                             (Ben-Rosh).

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               NA PALESTINA

            O REGRESSO AO MAR

A pesca e a navegação comercial foram
uma importante profissão judaica na antiga
Judeia e começam a torná-lo a ser na Pales-
tina moderna. Eis o que escreve a este
respeito M.me Eliza Klausner, no boletim
do Departamento para a Juventude da
Agéncia judaica em Jerusalém:

             Os princípios

Toda a fronteira ocidental da Palestina
é constituída pela costa mediterrânica que
se estende desde o sul do Egito até ao Norte
da Síria. As três cidades portuárias Tel-
-Aviv, Jaffa e Haifa, situadas sôbre esta



costa, são centros vitais para a Palestina e
todo o Médio-Oriente. Sendo dada esta
situação e cuidadosos como êles o são de
desenvolver todos os recursos naturais do
pais, nada há de surpreendente que os
Judeus consagrassem uma atenção sempre
crescente ao desenvolvimento das artes marí-
timas.

Há uns dezóito anos, considerando a
importância nacional que elas atributam ao
desenvolvimento marítimo, algumas pessoas
fundaram a primeira instituição marítima
judaica na Palestina, conhecida pelo nome
de "Zébulon" (porque é à tribo Zébulon,
quando a antiga Palestina foi repartida pelas


 
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