4 HA-LAPID ========================================== que na velha língua santa. pede ao seu Deus a breve realização das profecias. Concluindo o canto messiânico (Hab- dalah) o rabino e tôda a assembléia elevam as suas vozes: -Senhor, nosso Deus e Deus de nossos pais, torna todos os dias da nossa vida apraziveis e felizes. -Favorece-nos com o dom da sabe- doria e da inteligência. Lança a tua bênção sôbre a cabeça dos que favorecem o teu povo de Israel. -Abre-nos as portas da Luz, da Ciência. da Sabedoria, da consolação e da paz. O Shamash sobe à Thebah, acende a vela de cera, e Rabbi Abraham, sobre o vinho, sôbre a murta e sôbre a chama pronuncia as Berakot (bênçãos). Levanta-se agora um jovem todo vestido de negro e com a voz impregnada de tristeza infinda murmura o Kadish (oração fúnebre) honrando a memória do pai recen- temente falecído, sôbre o qual pede a pro- tecção do Deus da sua raça. A oração do jovem, escutada em silêncio profundo, é interrompida de quando em quando pelo Amem (assim seja) proferido pelo Kahal. Abrem-se de par em par as portas do guarda-vento. e os hebreus que vão saindo trocam entre si juntamente com o aperto de mão, o Shabuahtob (uma boa semana). É o sétimo dia do mês, não podemos retirar-nos ainda porque se vai proceder- à Berekat Halebanah. A lua, no seu crescente caminha vagar-os¡ pelo firmamento, acompanhada por um séquito numeroso de refulgentes estrelas. Ali no jardim da Beth-Akenesset (sinagoga) recinto vedado aos indiscretos olhares por- altos muros, os filhos de israel, contem- plando o astro da noite, que os envolvia no seu manto de poética melancólica luz, elevavam ao Omnipotente Deus de Abrahan, de Isaac e de Yakob, cantos de reconheci- mento e de amor. Enquanto o meu pensamento restituia cenas idênticas no nosso saudoso e sacros- santo pais de Kanaan, da cidade subia para o céu um ruido surdo e imenso, caracte- rístico produto da vida agitada e febril das modernas sociedades. Publicado no Intransigente- Lisboa, 1911. BARROS BASTO, (Ben-Rosh). -------------------------------------------- NA PALESTINA O REGRESSO AO MAR A pesca e a navegação comercial foram uma importante profissão judaica na antiga Judeia e começam a torná-lo a ser na Pales- tina moderna. Eis o que escreve a este respeito M.me Eliza Klausner, no boletim do Departamento para a Juventude da Agéncia judaica em Jerusalém: Os princípios Toda a fronteira ocidental da Palestina é constituída pela costa mediterrânica que se estende desde o sul do Egito até ao Norte da Síria. As três cidades portuárias Tel- -Aviv, Jaffa e Haifa, situadas sôbre esta costa, são centros vitais para a Palestina e todo o Médio-Oriente. Sendo dada esta situação e cuidadosos como êles o são de desenvolver todos os recursos naturais do pais, nada há de surpreendente que os Judeus consagrassem uma atenção sempre crescente ao desenvolvimento das artes marí- timas. Há uns dezóito anos, considerando a importância nacional que elas atributam ao desenvolvimento marítimo, algumas pessoas fundaram a primeira instituição marítima judaica na Palestina, conhecida pelo nome de "Zébulon" (porque é à tribo Zébulon, quando a antiga Palestina foi repartida pelas
N.º 124, Tishri-Heshvan 5705 (Set-Out 1944)
> P04