HA-LAPID 7 ============================================== ---------------------------------------------- às actividades marítimas judaicas, sublinhou que os Judeus contribuem actualmente para 27 % ao produto da pesca palestinense. contra 2 % sómente em 1939. Falando na mesma reünião, Mr. Bar- kochba Meirowitz, director do Departamento Marítimo da Agência Judaica, revelou que a Agência Judaica prepara para o após-guerra a criação duma companhia judaica de nave- gação e a dilatação sôbre tôda a costa mediterrânica da Palestina, de aldeias judai- cas de pescadores que serão centros de enlêvo para a juventude Juadica. ---------------------------------------------- GUERRA AOS MAUS "Há milhares d'annos que se combate a mentira. A mentira e todos os attributos da maldade, A Calumnia foi um dos quadros mais celebres do grande pintor grego Apelle. Diz-nos Alberti "O genio mais universal da primeira Renascença", no seu Tratado de Pintura, segundo Luciano, (Rhetorico e philosopho grego): "Eis, escreveu elle, a descripção da Calumnia como, segundo o relato de Lu- ciano, Apelle a pintou: "Via se n'essa pin- tura um homem com grandes orelhas, ao lado do qual estavam duas mulheres, uma que se chamava a ignorancia e outra a superstição. Avançava para elle a Calum- nia: uma mulher de muito boa apparencia, mas com um rosto velhaco, tendo n'uma das mãos um archote aceso, e arrastando com a outra, pelos cabelos, um mancebo que erguia os braços para o céo. Havia tambem um homem pallido, feio, de rosto feroz; servia de guia a calumnia e chama- va-se a Inveja. Outras duas mulheres, ainda, acompanhavam a Calumnia, tratando-lhe dos vestidos e dos enfeites; uma era a Per- fidia, outra era a Fraude. Atrás vinha o Remorso, uma mulher vestida de luto, ras- gando-se toda, seguida por uma rapariga, modesta e pudica, que se chamava a Ver- dade". Este assumpto impressionante foi repro- duzido muitissimos annos depois por Botti- celli, um dos precursores da arte moderna da Renascença. Mas não tentou somente, diz-nos o critico d'arte Armand Dayol, o pincel de Botticelli; outros grandes artistas, Mantegna, Raphael, tentaram reproduzir a famosa scena do quadro de Apelle. Houve quem visse no quadro da Calum- nia uma allusão ás perseguições e aos supplicíos de que foi victima Savonarola de quem Bottícelli foi admirador e partidário. Savonarola, frade italiano, ergueu o pendão da revolta contra a enorme corrupção que reinava em Italia no tempo do papa Inno- cencio VIII e de Lourenço de Medicis. Vencido, depois de sujeito aos tormentos mais atrozes, foi queimado vivo. O quadro A Calumnia d'Apel1e, de Botticelli, está no Palacio dos Offices, de Florença, Galeria de pintura salla XXX chamada a salla de Botticelli. É conside- rada uma obra prima. É notavel a assimilação de defeitos e de vicíos do quadro. Apelle juntou á Calum- nia a ignorancia, a superstição, a Inveja, a Perfidia e a Fraude. Era certo, lá n'essa remota antiguidade se entendia que um defeito ou um vício nunca vem só. Já n'essa remota antiguidade se estendia que se devia combater o mal por todas as formas, até a da pintura, pois é a profundeza do mal, a corrupção dos homens que leva a morte as sociedades. A transigencia com os corruptos, com os devassos, com os tratantes, com os videi- rinhos, que antepõem a tudo o seu interesse individual, é um crime de lesa patria. A pri- meira condição de patriotismo é o amor da virtude. Eduquemos pelo exemplo, nós os diri- gentes da sociedade, pelo exemplo do desin- teresse, da devoção cívica, da justiça, da verdade, se quisermos ter auctoridade para mandar a gente para nos obedecer". Do Povo de Aveiro. HOMEM CHRISTO. ------------------------------------------ Visado pela Comissão de Censura
N.º 124, Tishri-Heshvan 5705 (Set-Out 1944)
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