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N.º 129, Tishri-Heshvan 5706 (Set-Out 1945)







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              HA-LAPID               7
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muitas queixas do apêrto que lhe faziam
em Espanha para que não fóssem judeus
e é a primeira coisa, em que falam aos
espanhóis, quando os encontram, e conti-
nuando nas ditas razões, com grande senti-
mento e queixa e lhe disse o dito Manasse
que por mais que fizessem Espanha, lhes
não haviam de tirar serem judeus, porque
quantos cristãos novos havia em Espanha
eram cristãos violentados, e que desde
Holanda iam todos os anos alguns judeus
à Côrte de Madrid e a outras muitas partes
destes Reinos de Espanha a circuncidar os
cristãos novos, ao que lhe foi à mão o
outro judeu, advirtindo-lhe que faziam mal
em descobrir aquilo diante dêle, declarante,
porque havia de vir a Espanha e contá-lo e
poderia prejudicar as pessoas da sua nação
e com esta advertência o dito Manasse dei- 
tou a coisa a zombaria, dizendo que dizia 
aquilo por graça e êle declarante também
se fêz desentendido, e não passaram mais
antes nem depois sôbre esta matéria.

(Caderno 19 da Inquisição de Lisbon, pág. 7).

       Vibrantes manifestações
       da vitória na Palestina

A Palestina viu em tempos passados,
muitas e grandes manifestações em ocasiões
festivas, e, mais freqüentemente, em ocasiões
tristes, mas nada se pode comparar, nem
no número dos manifestantes, nem na in-
tensidade de sentimento, com as tumultuo-
sas manifestações que se realizaram em
Tel-Aviv, nas secções judaicas de Jerusalém
de Haifa e de tôdas as colónias judaicas.
Não havia tom de azedume ou de resigna-
ção no pedido para que se abram as portas
da Palestina e para que se estabeleça um
Estado Judaico, que foi a nota dominante
de todos os ajuntamentos para celebrar a
vitória. Esses gritos eram soltados por
pessoas inteiramente conscias da contribui-
ção dos judeus para a vitória e dos seus
sofrimentos sem igual.

Entre as bandeiras dos aliados e judai-
cas içadas nos edificios da Agência Judaica,
ao Vaad Leumi, da Comunidade Judaica de
Jerusalém e de outras instituições, foi colo-
cada uma bandeira branca orlada de negro,
como sinal de sentimento pelos judeus que
foram exterminados na Europa.



       COMUNIDADE SEFARDIM FORMAM
          UMA FEDERAÇÃO MUNDIAL

A formação duma "Federação Mundial
das Comunidades Sefárdicas" com o fim de
intensificar a activa participação dos judeus
sefardim nos problemas mundiais judaicos
e de coordenar os seus esforços, culturais,
educativos e económicos, foi anunciada em
Nova-Iorca pelo Sr. Joseph M. Pape, Direc-
tor Executivo da Comunidade Central Se-
fárdica Judaica da América.

A Federação representará grupos sefár-
dicos dos seguintes paises: Algéria, Argen-
tina, Bulgária, Chile, Colômbia, Cuba, Ho-
landa, itália, Marrocos, Palestina, Tunisia,
Estados Unidos, Uruguai, Venezuela e Ju-
goslávia.

             A RELIGIÃO

De todos os conhecimentos que o
homem procura obter, o da verdadeira
religião é de todos o mais importante.

Com o ensino religioso, ligado à boa
educação depende a felicidade da familia.
e sem êle a fé extinguir-se-á.

E' em vão que um homem pretenda ador-
nar-se com titulo de pessoa de bem, quando
não tem religião, êsses não passam geral-
mente de estúpidos vaidosos, sem cérebro.

Religião, é o culto que se rende ao verda-
deiro Deus criador de tudo o que existe, o
que dela tomar parte viverá eternamente,
eis porque Moisés disse na Thorah: É a ár-
vore da vida para aquêles que a observam.

Uma só religião nos indica o caminho
da verdade única para todos os homens,
pois que Deus só há um. “Ouve, O' israel:
o Eterno nosso Deus é uno".

A verdadeira religião é de tôdas a mais
simples e a mais sublime nos seus con-
ceitos. Começou há muitos séculos e desen-
volveu-se sem se vergar ao jugo das paixões 
humanas, é ela a religião de israel, a única 
em que ainda brilham auréolas com os
caracteres da religião divina. Ela é a base
de tôda a boa moral dando-lhes aesperança,
que os consola em tôdas as suas aptidões,
e fazendo com que êles contribuam para o
mais alto progresso moral, espiritual e inte-
lectual, pois os filhos de Israel já nos tem-
pos obscuros da Europa, para êles existia uma
biblia e uma civilização admirável.

                       ISAÍAS NOGUEIRA.


 
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