Ha-Lapid הלפיד

               HA-LAPID              7
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Amsterdam na casa em que êle declarante
morava e estando aí com o dito seu irmão
os vieram visitar dois judeus dos quais um
dêles era Rabino e se chamava Manasses e
do nome do outro se não lembra e entre
práticas que tiveram lhes disse o dito Ma-
nasses e deu muitas queixas do mau trata-
mento que em Espanha se dava à gente da
nação hebrea e que toda ela era cristã for-
çada e que todos os anos mandavam os
judeus de Holanda um judeu à Côrte de
Madrid, o qual ía circuncidar os cristãos
novos espanhóis moradores na dita Côrte
e que decorría por várias partes da Espanha
circuncidando os homens da nação que
nelas moravam-ao que acudiu o dito judeu
repreendendo-o do que dizia diante do dito
Feliciano Dourado irmão dêle declarante
porque vindo a Espanha o havia de dizer e
podia causar prejuízo às pessoas de sua
nação e o dito Manasses fêz então que es-
tava zombando e não falaram mais nesta
matéria por esta nem por outras vezes.

[Caderno 19 da Inquisição de Lisbon. fl. 12).

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          Malícias diversas
          sôbre a Palestina

          (TERRA DE ISRAEL)

O antigo Presidente dos Estados Unidos
Sr. Herbert Hoover, respondendo a uma
pregunta feita pelo "World Telegraph"
sôbre a proposta para a solução do pro-
blema da Palestina, lembrou o plano do
Partido Trabalhista Inglês para a transfe-
rência dos árabes da Palestina, sugerindo
que os árabes devem ser transferidos para
o Iraque.

O Sr. Hoover declara compreender que
o seu plano "desafia a estatística das gran-
des potências e a boa vontade de tôdas as
partes interessadas" mas acentua que "hoje
milhões de pessoas estão a ser removidas
duma terra para outra". Esta transfe-
rência especial pode ser "a migração mo-
delar da história" oferecendo "fixação não
Só com honra mas também com saber".

A Associação dos Professores Hebraicos
não decidiu ainda qual a atitude a tomar
para com o Inquérito.



Um total de 80.273 rapazes e raparigas
judeus receberam a sua instrução o ano
passado no Departamento de Educação de
Vaad Leumi, contra 73.893 alunos do ano
anterior. O ano passado foram mantidas
pelo Vaad Leumi mais ou menos 651 insti-
tuições de ensino, que variam desde jar-
dins-escolas até escolas do ensino secun-
dário e de ensino técnico, profissional e
comércio. No ano anterior, Vaad Leumi
manteve 579 escolas; vai progredindo, pois.

Estes números foram fornecidos pelo
Sr. Z. Shragai, chefe do Departamento de
Imprensa de Vaad Leumi, num recente
encontro com os repórters de Jerusalém.

No ano que terminou em 30 de Setem-
bro de 1945, publicaram-se 400 livros
hebraicos. No ano anterior, 250, e durante
o período que procedeu 1925, publica-
ram-se anualmente 20 a 30 livros. Nos
últimos cinco anos foram publicados 1.500
livros por 30 firmas locais. Os livros
compreendem trabalhos de interesse geral,
quer originais, quer traduções, em matéria
clássica. cientifica, literária, etc.. Agora,
como o problema do papel para os editores
está a ser solucionado, pode esperar-se que
o mercado livreiro hebraico se expanda
grandemente.

Durante a guerra, o mercado livreiro
hebraico local expandiu-se considerável-
mente. Isto deu-se devido ao número cres-
cente de leitores hebreus e às maiores
possibilidades de compra dos trabalhadores.
Deve notar-se que, durante a guerra, abri-
ram duas casas editoras de labor controlado
e ambas se desenvolveram rapidamente.

                   *

              Vida Comunal

Na nossa comunidade, na Sinagoga Kadoorie
Mekor Haím, celebraram-se as festividades de Rosh
Ha-Shanah (Ano Novo), Yom Kipur (Dia do grande
Perdão) e Sukot (Festa das Cabanas) com boa
assistência de judeus alemães, polacos e portu-
gueses.

A festa de Hanukah (Festa dos Macabeus) foi
também solenizada com boa assistência.

Em Bragança também nunca deixou de arder o
azeite na Ner Tamid (Lâmpada perene) graciosa-
mente alimentada por uma piedosa senhora bragan-
çana da família Pereira.

Nesta modesta Sinagoga nunca deixaram lábios
piedosos de maranos de ciciar orações nestes cala-
mitosos tempos de guerra.