8 HA-LAPID =========================================== MEMORIAS da Literatura Sagrada dos judeus portugueses desde os primeiros tempos da Monarquia até fins do Século XV MEMÓRIA I POR ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS (CONTINUAÇÃO no N,° 129) Gramáticos ilustres R. Davide Ja- chia--Muito se assinalou nestes estudos o famoso R. Davide Jachia filho de Salomon Jachia Lisbonense, o qual escreveu nos fins do Século XIV (Tratado da Língua dos Eruditos segundo Isaías, cap. 5 v. 4). Éste Tratado consta de duas partes; na primeira trata da Gramática Hebraica, na segunda do Siclo do Santuário, em que vem os preceitos da Lei postos em verso. Foi impresso em Constantinopla em o ano do Mundo 5266, de Cristo 1506 em 4.°, e em Pesaro em 1542, também em 4.°. Esta obra Gramatical vem no Catálogo dos Gramáticos judeus de maior crédito, que atesta ter visto Morino junto com a obra da Gramática da Lingua Santa de R. Jehudah Ching, como êle diz no Livro: Oprúscula Hebraeo-Samarttica. Há um Có- digo Ms. na Biblioteca do Vaticano, em que se acha éste Catálogo. A maior parte dela transcreveu Buxtortío no Tesouro Gra- mática na Dissertação de re Hebraeorum metrica; os dois últimos Livros, que são o XVII e XVIII deu Genebordo em Latim e Hebraico em Paris em 1562 e 1563 em 8.°, os quais depois se reimprimiram na mesma cidade em 1587 e sairam também na Isagoge ad Rabinorum Lutionern publi- cada em 1578-8.°. R. Moseh ben Chabib-Continuou e adiantou muito os mesmos estudos no Século XV o R. Moseh Ben Chabib Ben Schem Tob também Lisbonense e indivíduo da Academia de Lisboa. (êle mesmo no princípio do seu comentário ao Bachinath olam se intitula da Santa Sinagoga de Lisboa em Portugal então residente em Hydrunti no Reino de Nápoles) insigne Gramático e grande sabedor da Língua Santa, o qual para instrução dos seus, compôs três obras gramaticais de grande nome, que são as seguintes Darce Noham, isto é Caminhos deleitosos. Foi impressa esta obra em Constanti- nopla e Veneza, no ano menor dos Judeus 300 (de C. 1546) em um vol. de 8°. Marphe Leson, isto é Medicina da Língua. Foi esta obra também impressa em Constantinopla e em Veneza e no mesmo ano que a primeira e muito se aproveitou dela João Buxtorfio para a obra, que escre- veu àcêrca da Poesia dos Hebreus, como se vê do seu Tesouro Gramática. págs. 618. 631 e 637. Parach Susan, isto é Flor de Lírio. Nesta obra desampara algumas vezes a doutrina dos antigos Gramáticos. (Disto o taxou R. Balmes na sua Gramática). (Continua). ----------------------------------------- Visado pela Comissão de Censura
N.º 130, Kislev-Tevet 5706 (Nov-Dez 1945)
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