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N.º 133, Sivan-Tamuz 5706 (Mai-Jun 1946)







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a rede de caça, aprisionava o seu cérebro
de lutador, levando um dos mais brilhantes
sábios de Israel, abandonando-o na saudade!
Sua mulher, que se chamava Ester sobre-
viveu-lhe alguns anos mais, vindo a falecer
em 5 de Julho de 1712. Oróbio deixou
alguns filhos, tais são: o médico Mosseh
Oróbio de Castro que exerceu as funções
de tesoureiro da Academia de los Floridos;
Abraham Oróbio de Castro, fundador duma
sociedade de beneficiência de Amesterdão
e uma filha chamada Rebeca.

Segundo Ribeiro dos Santos, foi Oróbio
muito propagado no século XVIII, sendo
vários os escritores que dele fazem menção,
citando-os na sua obra intitulada, Memórias
da Literatura sagrada dos judeus Portu-
gueses no século XVII.

Ao cabo desta escassa biografia resta-
-nos dar algumas indicações sobre a sua
obra. É ela modesta, sendo a sua maior
aspiração a defesa da sua crença religiosa
o que levou Ribeiro dos Santos a opinar
- "a religião christan não tem tido nestes
ultimos seculos adversario mais cruel, e
obstinado que Oróbio".

Nos seus escritos desenvolveu, Oróbio,
o seu sistema filosófico religioso, vivendo
sempre embebido num misticismo e sensi-
bilidade mórbida, recolhendo-se a si próprio
acompanhando todas as imagiuações e me-
ditações do seu cérebro. A sua fé intensa
e calorosa ajudada pela filosofia foram os
ideais que o levaram a escrever os seus
tratados de defesa contra aqueles, que con-
denavam e maldiziam o judaismo. O seu
impulso foi intenso, auxiliado por uma
natureza de lutador, não temendo os ataques
de Católicos e Protestantes. "O afamado
Oróbio de Castro - escreve Lúcio de
Azevedo-na história dos Cristãos Novos
Portugueses - natural de Bragança, contra-
ditor de Espinoza e polemista exaltado
contra o cristianismo.

Para a sua defesa apologética, teve o
grande auxilio de poder exprimir com faci-
lidade e eloquência nas línguas em que
escreveu os seus eruditos tratados, mane-
jando essas linguas como lingua maternal.
Neles Orobio estuda à luz da razão o pro-
blema religioso, dentro da sua feição filo-
sófica, com caracteristicas novas de tese 
apresentadas por um método racional, não
nos dando o parecer de análise mas sim
de exemplificação.


 
O seu primeiro tratado, parece ter sido,
Prevenciones Divinas Contra la Vana Ydo-
latria de las Gentes, obra manuscrita e da
qual existem vários exemplares segundo
refere Kayserling.

Ribeiro dos Santos ao indicar este tra-
tado, ajunta ao titulo os seguintes dizeres,
Libro primeiro Pruevasse que tudo quanto
se havia de inventar contra a ley de Mosseh
previno Dios à Ysrael en los cinco libras
de la ley para que advertido no pudiesse
caer en tales errores... Libro segundo.
Contra los falsos rnisterias de las gentes
advertidas à Ysrael erz los escritos Pro-
féticos.

Contra este tratado escreveram Philippe
Limborch e Witsio, o primeiro na sua obra
intitulada De Veritate Religianis Chris-
tianen, amica collatio de 1687 em Ganda;
o segundo na obra Maletenata Ley deusia.

Segundo a esteira de Provencianis Divi-
nas concebeu, então, um tratado em que faz
uma disputa contra um teólogo, que tentou
provar a necessidade da vinda do messias,
para assim expiar o pecado original. Este
tratado intitula-se La Observando de la
Divina Ley de Mosselz. Neste trabalho pre-
pretendeu o glorioso sábio demonstrar-
como assinala Ribeiro dos Santos-a não
existência do pecado original, porque o tem
como fundamento de toda a doutrina dos
cristãos, dando em razão, que a alma dos
filhos de Adão não estava no pecado do
pai, mas vinha imediatamente de Deus,
escreve ele no seu tratado.

“És bien cierto que la alma racional,
que es la principal parte constitutiva al
hombre, no se puede contener en Adam,
por que ella, vu espiritu criado de nada,
por el Señor que lo infundo en el cuerpo
en el instante-de la generacion, y de alli
viene la impossibilidad de haverse conte-
nido em Adam, que no tenia virtud de
produzir la alma racional, de suerte que
ella no pudo participar lo corrupcion de
Adam, por la generacion, pues que ella no
viene de Adam, nino de Diõs, que la crio
pura limpia, sin peccado, ni macula."

Certamen Philosophícum - imprimiu-se
pela primeira vez em Amsterdão no ano de
1689. Foi escrito em latim. O seu amigo
G. de La Torre, traduziu-a para espanhol
dedicando-a "à Señor D. Carlos del Sotto.
Agente de Espana em Hollaude".

A obra espanhola foi impressa pela pri-


 
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