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N.º 134, Ab-Elul 5706 (Jul-Ago 1946)







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 2           HA-LAPID
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O REGRESSO DE ISRAEL À TERRA DA PROMISSÃO

  A LUTA DO POVO IUDAICO PELO SEU LAR

UM CHEFE DO TRABALHISMO HEBREU FALA-NOS DA NOVA PALESTINA

Um acaso... a influência de um amigo... fizeram com que encontrassemos, à sua
passagem por Lisboa vindo directamente da Palestina-um dos chefes do movimento Traba- 
lhista hebraico: o escritor Jacob Zerubavel.

Não foi difícil, depois do encontro, obter as suas impressões sobre o que se passa 
actualmente na Palestina Nova.

        O Drama de Israel

- E' necessário compreender - começou
por nos dizer o nosso interlocutor-que
não se trata apenas de um país, mas de
milhões de judeus, que insistem em reivin-
dicar o seu direito a terem uma vida
normal e fecunda como todos os demais
povos.

Os judeus participaram, activamente na
guerra, e ajudaram a destruir o dominio
da barbárie e da tirania sobre a cultura
humana e os povos livres. Mas um ano
depois de finda a guerra, e apesar dos seis
milhões de vitimas do barbarismo hitlérico.
centenas de milhares de judeus, que foram
salvos, encontram-se ainda nos campos de
pessoas deslocadas, dependem de subsídios
e de assistência, quando o que desejam é
regressar a uma vida sã e normal. Não
podem regressar aos paises onde, a cada
passo tudo os faz lembrar a tragédia que
sofreram e o sangue dos seus... A Europa
é um grande cemitério para o povo judaico.
O que eles agora procuram é um lar con-
veniente para viver entre os seus irmãos.

     As promessas da inglaterra

-O único pais no mundo, que, durante
a guerra, se preocupou com salvar os judeus
das garras nazis-dos fornos crematórios
e das câmaras de gás- foi a Palestina. Foi
lá que os judeus lançaram os fundamentos
sólidos para uma páría.

Depois da primeira guerra mundial, 52
nações reconheceram ao povo judaico o
direito de construir o seu lar nacional a
sua pátria milenária.

Para este fim, recebeu a Grã-Bretanha o



mandato sobre a Palestina, com o encargo
de auxiliar a imigração e a colonização
destinadas a estabelecer um lar nacional
judaico.

Durante algumas dezenas de anos, os
judeus conseguiram, graças à sua energia,
aos seus capitais, ao seu trabalho e à sua
capacidade, converter um pais deserto e
abandonado em cidades e aldeias florescen-
tes, com grande vantagem para a popula-
ção local árabe, que começou a beneficiar
duma vida civilizada. Graças às suas fun-
dações e métodos de desenvolvimento, os
judeus aumentaram, de maneira considerá-
vel, a capacidade de absorpção da Palestina.
Hoje estão preparados para poder auxiliar
os seus irmãos e irmãs intelizes, acolhen-
do-os no seu seio-no seu novo lar.

    Um lamentável "Livro Branco"

-E o mandato britânico?...-arris-
camos.

-O mandato britânico!... A potência
mandatária, obedecendo a uma politica falsa,
que consistia em jogar com os destinos dos
povos, e em dar a primazia aos seus inte-
resses, publicou antes da guerra um Livro
Branco, pelo qual limitou, e até, em dada
altura paralízou completamente, a imigração
judaica para a Palestina, e proibiu aos judeus
a aquisição de terras.

Deste modo, a Palestina é, actualmente,
o único pais do mundo onde há leis discri-
minatórias contra os judeus como povo!
A guerra terminou com a vitória da Demo-
cracia, mas os judeus são tratados como
párías, como gente de ínfima espécie, pri-
vada de todos os direitos, mesmo dos mais
elementares...


 
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