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Ha-Lapid הלפיד


N.º 134, Ab-Elul 5706 (Jul-Ago 1946)







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              HA-LAPID              3
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 O objectivo da luta do povo hebreu

-Qual é. então, o objectivo da luta
que trava actualmente o povo hebreu?

-A luta actual do Povo Judaico-res
ponde com vivacidade o nosso entrevistado
-procura, sobretudo, salvar os refugiados.
Mas a luta não se trava apenas por isso.
Queremos. de uma vez para sempre, acabar
com a nossa vida errante, de minorias dis-
persas por todos os cantos do globo. Que-
remos utilizar as energias salvas das câma-
ras de gás e dos fornos crematóríos, em
beneficio do nosso povo e da humanidade!
Desejamos continuar o que foi começado
na Palestina. Toda a população judaica
está pronta a dar o seu sangue, a sacrificar
a vida por este ideal.

       O "terrorismo" judaico

-Mas, ao que parece, o carácter terro-
rista da vossa actuação...

- E' uma falsidade e uma injustiça apre-
sentar a nossa luta com o carácter de ata-
ques "terroristas" contra ingleses ou outros
povos. Há evidentemente, como em toda a
parte, pessoas que procedem impelidas pelo
desespero em face da injustiça monstruosa
cometida contra o nosso povo. A popula-
ção judaica da Palestina e a representação
oficial do povo judaico condenam tais actos!
Mas a população judaica da Palestina decla-
rou, ao mesmo tempo, abertamente, perante
o mundo, que não deixará esbulhar-se dos
seus direitos elementares de vir em auxilio
dos seus próprios irmãos, e que não reco-
nhecerá qualquer direito que pretenda proi-
bir-lhe o acolher, na sua pátria, as vitimas
salvas, e que não ficará inactiva, perante as
tentativas de destruição do Lar Nacional da 
Palestina, que representa a única esperança 
e a única perspectiva de vida normal para
o povo judaico!

          O que é a "Haganah"...

-Há, porém. uma organização "se-
creta"... A Haganah... O que é, preci-
samente, essa sociedade de que tanto se
tem falado? ...

-A "Haganah" não é uma organização
de conspiradores. "Haganah" significa todos
os 600.000 judeus que vivem na Palestina,
mais os milhões de judeus, em todo o



mundo, que estão prontos a lutar pela liber-
tação do povo judaico e pela construção
do lar nacional na Palestina. A Comissão
anglo-americana de inquérito reconheceu
unânimemente, a força moral da "Haganah".
Nunca foi empregado o exército da "Haga-
nah" na Palestina, para atacar, mas, sempre
para defender a vida e a propriedade dos
judeus.

Os chefes reaccionários árabes mantêm
o seu povo na escravidão e procuram con-
vencê-lo de que a imigração judaica e pre-
judica. E' pura mentira e as massas árabes
não estão, de maneira nenhuma, dispostas
a deixarem-se enganar, como no passado e
a atacar os judeus. Sabem que os judeus
responderão, hoje. digna e enêrgicamente.
com armas na mão, se forem atacados. Os
judeus levam uma vida pacifica que pode
servir de exemplo a outros povos e paises.

Não temos medo e nada nos deterá!

E' com profunda melancolia que o nosso
interlocutor nos diz ãinda:

-Sentimo-nos profundamente desilu-
didos com o facto de a Grã-Bretanha, com
um Governo Trabalhista (desses mesmos
trabalhistas que, durante dezenas de anos,
mostraram tanta compreensão pela nossa
obra de libertação) mobilizar agora a sua
força armada na terra, no mar e no ar, para
nos proibir a entrada no nosso próprio
país. Mas, que o mundo o saiba, isto não
nos meterá medo e não nos deterá. Para
nós não conta o critério de uma imigração
"ilegal" de judeus na Palestina e de lá viver
do seu próprio trabalho. Não permitire-
mos que nos condenem à fome ou que nos
tornem indignos por uma vida miserável
de párías, sujeitas a viver de esmolas!

      Também sabemos dar a vida
         pela nossa liberdade

E, como um iluminado profeta de anti-
gos dias, o Sr. Jacob Zerubavel concluiu:

-Temos direitos a uma vida nacional
própria. Não temos a intenção de aterro-
rizar o mundo, mas não permitiremos que
continuem a aterrorizar-nos pela força.
Bevim declara que não pode aceder ao
pedido do Presidente Truman, de deixar
entrar, imediatamente 100.000 judeus na
Palestina, porque devia mandar para lá uma


 
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