HA-LAPID 5 ===================================== DOCUMENTO SOBRE MARANUS É devido à gentileza do Sr. Herbert samuel, do Portuguese Maranos Committee, que nos mandou uma cópia duma interes- sante carta dirigida de Lisboa a Sua Emi- nêncía o Rabbi-môr da Palestina. Rabbi Jacob Meir, (já falecido) podem os leilores tomar conhecimento dum documento pouco conhecido. C O P I E Comité da Comunidade Israelita de Lisboa. 117 Rua Alexandre Herculano. Lisboa. 23 Sivan de 5684 25 Junho de 1924. Monsieur le Grand Rabbin Jacob Meir, Grand Rabbin de la Palestine et Presi- dent du Conseil Rabbinique. JERUSALÉM. ------ Monsieur le Grand Rabbin. Je viens vous demandar encore une fois, su nom de notre Comité, de vouloir bien nous éclairer de vos sages conseils sur un sujet que nous trouvons tres interessant et que certainement ne manquera pas de vous interesser aussi. Vous savez qu'au moment de l'expul- sion du Porlugal, au XVI siecle de l'ere vulgaire, de nos anciens freres en religion beaucoup d'eux se sont convertis nu chris- tianisme pour echapper aux poursuites ter- ribles de l'Inquisitíon et des "auto-da-fé". Leur conversion cependant n'etait qu'appa- rente car ils gardaient au fond du coeur leur amour et devoument pour notre reli- gion et beaucoup de descendants de ces infortunés, vivant dans certaines regions du Portugal, conservent encore aujourd'hui um sentiment três vif pour la foi de leurs an- cetres. Quoiqu'ils soient baptisés, que leurs mar- riages soient celebrés selon les rites de la religion catholique et qu'ils soient enterrés comme adeptes de cette religion, ils se croient nonobstant de vrais Juifs. En gêne- ral ces gens appartiennent a des classes paysannes ou a une petite bourgeoisie, ne comptant pas entre eux beaucoup de gros -------------------------------------------- mento artificial criado por "pessoas sem escrúpulos" e "uma minoria de extremistas sionistas". 5) O Povo Judaico não deixa de admi- rar a atitude heróica assumida pela Ingla- terra na guerra contra o nazismo. Mas não se deve esquecer que mais dum milhão de judeus nas forças combatentes das Nações Aliadas e trinta mil voluntários Judaicos da Palestina nas forças britânicas combateram em todas as frentes. 6) O Governo Britânico começou agora uma nova forma de combater a imigração judaica na Palestina. enquanto a razão da Presença da Grã-Bretanha no pais é o enco- rajamento desta mesma imigração. Apela para estes mesmos Governos, que apesar da sua boa vontade não são capazes de Impedir pogroms e a perseguição aos judeus pos seus paises, para não deixarem sair os judeus. Mobiliza o poder militar, naval e aereo da Grã-Bretanha para caçar os refu- giados para impedir a sua entrada na Pales- tina e manda-los para novos campos de detenção. Fica mal ao Governo, que começa bloqueando o caminho de imigrantes judai- cos para a sua pátria. justificar o seu acto pela chamada defesa dos direitos de imi- grantes legais ou simulando angústia por causa das condições nas quais os refugiados chegam à Palestina. Era por causa da limi- tação sem mercê da imigração ao número arbitrário de 1.500 por mês, que a imigra- ção "ilegal" com todas as privações, que a acompanham, se desenvolveu. 7) O Povo Judaico tem que considerar este passo do Govêrno Britânico contra os mais infelizes dos seus filhos e filhas como um acto de grande crueldade. A tentativa feita na declaração do Governo para dividir sobrutudo o povo judaico em extremistas e moderados, não terá sucesso. Todos os 600.000 judeus da Palestina e judeus em todo o mundo darão, como no passado, todo o auxilio a qualquer judeu que pro- cura regressar à sua pátria. ----------------------------------------
N.º 134, Ab-Elul 5706 (Jul-Ago 1946)
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