4 HA-LAPID =========================================== ------------------------------------------ outra divisão armada, afim de assegurar a tranquilidade do pais. A isto temos que responder, abertamente, que terá de mandar algumas divisões mais, se não deixar entrar os nossos infelizes irmãos e irmãs, salvos da morte. Não descansaremos, enquanto estiverem condenados a uma vida de men- digos. Os judeus na Palestina não são bandos de assassinos nem de terroristas; são, sim- plesmente, a guarda avançada do povo judaico que luta pela libertação, no seu Lar Nacional. Temos provado, através das gerações, que estamos prontos a dar as nossas vidas pela liberdade dos outros povos. Hoje vamos convencer o mundo que sabe- mos também dar as nossas vidas pela nossa própria liberdade. Do Sol- Lisboa, 13 de Julho de 1946. ------------------------------------------ A AGÊNCIA JUDAICA RESPONDE AO GOVERNO BRITANICO A Executiva da Agência judaica anun- ciou a sua resposta à declaração do_Governo Britânico em que foram tornadas públicas as medidas para impedir a imigração ilegal na Palestina, salientando que uma politica que impede a imigração judaica é contrária às obrigações assumidas pela Grã-Bretanha sob o Mandato, a Agência Judaica declara que os 600.000 judeus na Palestina e todos os judeus em todo o mundo auxiliarão, como no passado, quaisquer judeus que tentam regressar à sua pátria. Eis o texto da declaração: 1) Na sua declaração sobre as medidas que devem ser adoptadas contra a chamada imigração ilegal na Palestina, o Governo Britânico procura defender um regime de injustiça e de violação de obrigações inter- nacionais assumidas pela Inglaterra sob o Mandato, segundo o qual é o seu dever "facilitar a imigração judaica". 2) O Povo Judaico não esqueceu a atitude de amizade e de humanidade por parte do Povo Britânico mesmo antes da proclamação da Declaração Balfour: nem será esta Declaração, que deu ao Povo Judaico uma oportunidade para o seu grande esforço da reconstrução da Palestina, esque- cida na história judaica. 3) Mesmo antes do Livro Branco de 1939, a politica britânica no que diz res- peito à imigração não era compativel com letra e espirito do Mandato. Se se tivesse seguido o principio de permitir a imigração judaica até os limites da capacidade de absorpção económica, outras dezenas de milhares de judeus podiam ter entrado na Palestina antes do começo da segunda guerra mundial. O Livro Branco de 1939 era, nas palavras de Herbert Morrison, o actual Lord Presidente do Conselho, e de muitos outros numa violação cínica da fé". A execução desta politica durante a guerra impediu a entrada de centenas de milhares de judeus na Palestina e a sua salvação da exterminação nazi. Este Livro Branco ilegal está a ser virtualmente continuado agora pelo Governo cujos chefes o condenaram directamente no tempo quando foi intro- duzido. 4) A própria declaração do Governo admite a existência de perseguição e da pogroms no Leste e Sudeste da Europa. Investigações após insvestigações mostrarem o destino deplorável de milhares que ainda estão internados em campos. A Comissão Anglo-Americana declarou que mesmo de- pois das condições na Europa melhorarem "500.000 hão-de desejar ou serão força- dos a emigrarem da Europa". Apesar de repetidos pedidos urgentes do Presidente Truman e das recomendações unânimes da Comissão de Inquérito, o Govêrno recu- sou-se até agora a abrir as portas da Pales- tina aos restos das vitimas de Hitler. Esta politica só pode ser explicada como uma de apaziguamento do ex-Mufti de Jeru- salém, que era um dos principais respon- sáveis pela exterminação de seis milhões de judeus, e que incitou os árabes para com- baterem contra a Grã-Bretanha e os seus Aliados. Alem destes factos a declaração do Governo tenta criar a impressão de que o movimento das vitimas judaicas não é espontâneo e natural mas sim um movi-
N.º 134, Ab-Elul 5706 (Jul-Ago 1946)
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