N.° 137 PORTO - Luas de Março, Abril e Maio - 5707 (1947 e. v.) ANO XXI ============================================================================================================= Tudo se ilumina _______ ___ _______ |=|____ _______ ...alumia-vos para aquele que |____ ||_ || ___ ||____ ||_____ | e aponta-vos o busca a luz. | | |_| \_\ | | / / _ | | caminho. | | _____| | / / | | | | BEN-ROSH |_| |_______| /_/ |_| |_| BEN-ROSH (HA-LAPID) O FACHO ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIRECT. E EDITOR: -A. C. DE BARROS BASTO (BEN-ROSH) || COMPOSTO E IMPRESSO NA IMPRENSA MODERNA, L.DA Redacção na Sinagoga Kadoorie Mekor Haim || Rua da Fábrica, 80 Rua Guerra Junqueiro, 340 - Porto || ------------------- P O R T O ------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- JUDEUS ILUSTRES DO BURGO PORTUENSE por AMÍLCAR PAULO (LEVI BEN-HAR) No alvorecer dos principios da nossa monarquia, o Porto não passava dum hu- milde burgo, doado por D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques ao bispo D. Hugo. Os habitantes do burgo, não ficaram muito satisfeitos com o desempeno com que a rainha deles dispôs, o que motivou o começo das malquerenças que durante séculos, deviam fazer estremecer a Sé Portuca- lense. As suas primitivas muralhas. principia- vam ao Norte, na porta da Senhora de Vandoma, dirigindo-se em volta da Sé até à porta da Senhora das Verdades. Daí viravam pelas Escadas das Verdades em direcção às Escadas do Codeçal, descendo em seguida até às margens do Douro, cir- cundando o Largo da Ribeira. Tomava esta aqui a direcção N. E. passando pela actual Rua dos Marcadores, até à porta de Sant'Ana. Mantendo a mesma direcção contornava a Rua da Banharia até às portas de S. Sebas- tião. Aqui tomava novo rumo indo fechar, à porta da Senhora de Vandoma. Estas fortificações conservaram-se com Pequenas alterações até ao ano de 1386. Neste mesmo ano D. Afonso IV, deu prin- cipio às novas muralhas de circunvala- ção da cidade, concluídas no reinado de D. Fernando. Estas novas muralhas, vieram guarnecer o Burgo Novo, que se tinha alastrado para o lado direito do rio da vila. A vasta e carrancosa fortificação, tomava como ponto de partida a Porta do Sol, seguia em direc- ção da actual Praça da Batalha, inclinan- do-se em seguida para a Rua de Cimo de Vila, onde existia uma porta: contornava a actual Rua da Madeira, passando junto à Igreja dos Congregados, onde existia uma porta a que davam o nome de Porta dos Carros; continuavam para Poente até à Porta do Olival, situada no local onde existe hoje a Torre dos Clérígos. Daqui descia pela Rua do Calvário, onde ainda hoje se vêm a descoberto alguns restos da fortaleza. Encaminhava-se em seguida em direcção ao actual Clube Inglês, contor- nando a Rua da Esperança, onde ainda se podem observar duas torres de menagem. Desciam em seguida as Escadas do Cami- nho Novo, até alcançar o postigo da Praia. Foi este mandado demolir por D. Manuel, para em seu lugar ser construida uma porta mais ampla, a que deram o nome de Porta Nobre ou porta Nova, a qual servia de entrada solene ao bispo e governadores da cidade. Sob o arco da porta, no século XVIII foram colocadas as armas de El-Rei D. Fer-
N.º 137, Nissan-Sivan 5707 (Mar-Mai 1947)
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