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Ha-Lapid הלפיד


N.º 137, Nissan-Sivan 5707 (Mar-Mai 1947)







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 6            HA-LAPID
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O preço da amizade árabe

4) Ainda que rejeitemos todos os argu-
mentos morais e legais e consideremos
apenas a pura conveniência, somos levados
a concluir que o preço que a Liga Árabe
pede pela sua amizade (a cessação da imi-
gração judaica e a retirada das tropas britâ-
nicas da Palestina) é tal que a Grã-Bretanha
não pode permitir-se pagá-lo. Impor aos
Judeus uma politica que os ministros tra-
balhistas definiram como "quebra de pala-
vra", "ilegal" e "segundo Munique", a fim
de obter a amizade do Mufti, de Ibn Saud
e de outros príncipes e politicos árabes,
seria, não só desonroso, como absoluta-
mente insensato. Uma vez derrotados os
Judeus em beneficio dos Árabes estes pedi-
riam a retirada imediata das nossas tropas
da Palestina e revoltar-se-iam se isso não
lhes fosse concedido. Então perder-se-ia a
última base para a defesa do canal de Suez.
Mais uma vez os "realistas" provariam ser,
não só perversos, mas também insensatos.

        A politica de imigração

5) O Governo, no entanto, impres-
sionou-se, este último Verão, com os argu-
mentos dos seus conselheiros civis e militares
que defendiam o Livro Branco e, na dúvida
da resolução a tomar, dicidiu nomear para
esse efeito uma Comissão Anglo-Americana.
Esta Comissão entregou. em 20 de Abril,
um relatório unânime a favor da politica
de imigração, a que o Governo está colec-
tiva e individualmente, obrigado.

    Inconvenientes duma intervenção
                americana

6) É amplamente justificável que a
América colabore na execução do relatório.
O Governo está na razão ao insistir no seu
pedido de auxilio, mesmo à custa de quais-
quer delongas. Mas que espécie de auxilio
requeremos nós? Há fortes razões que ex-
plicam porque é que o Governo não deve
pedir tropas americanas e, muito menos
uma curadoria anglo-americana na Palestina.
Durante a guerra, já foi bastante dificil
dirigir, conjuntamente, quartéis generais e
agências civis anglo-americanas. Tentar a
experiência no ambiente politico da Pales-
tina, agora que a guerra acabou, seria fatal.



tanto para as possibilidades de paz na Palas-
tina como para a cooperação anglo-ameri-
cana. Além disso, os Árabes desconfiam
profundamente dos americanos e julgam
que a Administração está sob a influência
judaica. Aceitar tropas americanas na Pa-
lestina seria de péssimo efeito nas nossas
relações com os Árabes. A Rússia também
encararia, não sem razão, o controle anglo-
-americano da Palestina como uma maneira
de preparar bases conjuntas para uma futura
guerra contra ela. Logo, uma proposta
semelhante destruiria toda e qualquer possi-
bilidade de cooperação entre os Três Gran-
des no Médio Oriente, bem como de ami-
zade anglo-árabe.

Portanto, a afirmação de que não pode-
mos executar o Relatório da Comissão
Anglo-Americana sem a assistência mili-
tar americana é extremamente hipócrita.
Nenhum Governo britânico daria aos ame-
ricanos o controle da nossa politica no
Médio Oriente, como, certamente, o sr. Tru-
mann pediria, a troco do envio das suas
tropas. O único motivo que justificaria, tal
concessão, da nossa parte, seria o receio dos
russos e a determinação de se formar uma
aliança anglogamericana contra eles. Este
motivo, porém, foi expressamente excluído
da politica externa do sr. Beuin.

O que o Governo devia requerer dos
americanos era uma firme declaração de
apoio à nossa politica na Palestina, a auxilio
financeiro em larga escala para projectos,
tais como o do Conselho Governativo do
Vale do Jordão, o fornecimento de pessoal
técnico, víveres, equipamento, barcos para
transporte e abrigo temporário para os
100.000 judeus.

         A única solução eficaz

As recomendações da Comissão Anglo-
-Americana implicam um longo periodo de
curadoria. Seria à Grã-Bretanha que cabe-
ria essa responsabilidade, visto que mais
ninguém a reclamaria para si. O Relatório
reconhece que a cooperação árabo-judaico
só seria possivel se a politica do poder que
administrar a curadaría for genuinamente
da O. N. U. e largamente apoiada por todos
os seus membros.

Dadas as deploráveis relações actuais
entre os Três Grandes, pode defender-se,
com certa razão, que uma política da


 
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