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N.º 137, Nissan-Sivan 5707 (Mar-Mai 1947)







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nando, que possuíam 12 castelos, e por
baixo delas a seguinte inscrição:

         GOVERNANDO AS ARMAS
    D'ESTA CIDADE E SEU PARTIDO
    O CORONEL, ANTÓNIO MONTEIRO
             D'ALMEIDA
          SE FEZ ESTA OBRA
           NO ANO DE 1781

Esta cadeia de muralhas avançava em
seguida sobre a margem direita do rio, por
cima do muro da Ribeira. Escadas do Code-
çal, indo fechar no Postigo do Sol.

Por fora de toda a muralha transborda-
vam arrabaldes, constituídos de outeiros,
aproveitados com arvoredos e olivais.

Nesse afortelezado âmbito se desenvol-
veu a cidade do Porto, heróicamente ciosa,
dos seus foros, privilégios e liberdades.
No meio destes burgueses estruturalmente
democráticos, se desenvolveu a colónia
Hebraica que chegou a constituir um im-
portante elemento demográfico da cidade.

O Porto ainda que profundamente reli-
gioso, foi o que de entre todas as restantes
cidades do Pais, mais soube respeitar as
opiniões e crenças alheias. Assim demons-
trando em vários momentos da sua história,
o seu amor à liberdade politica e intelectual.
Uma das inumeráveis questões, em que o
espirito liberal e altruista dos habitantes, do
Porto, mais se manifestou, foi na oposição
ao estabelecimento do Tribunal do Santo
Oficio nesta cidade e que o zelo religioso
do fanático Frei Baltasar Limpo fez levar
a cabo.

Acerca da origem dos judeus no burgo
portucalense, pouco ou nada poderemos
asseverar, contudo alguns historiadores de
reconhecida autoridade dizem prender-se a
origem desses elementos da população por-
tuense, na noite escura da primitividade da
nossa nacionalidade.

A primeira judiaría do Porto, parece ter
sido aquela de que Querubino Lagoa encon-
trou uma única referência, e que o ilustre
investigador Sr. Prof. A. de Magalhães Basto
diz ter encontrado alguns documentos a seu
respeito.

Segundo as referências dos dois investi-
gadores acima citados, encontrava-se essa ju-
diaría situada na Cividade (Corpo da Guarda)
estendendo-se para a rua de Sant'Ana, onde
estava a sinagoga.



A Oeste do rio Frio, pequeno regato
que desce pela encosta das Virtudes indo
desaguar ao Douro, em Miragaia, existiu
uma judiaría que ocupava Monchique (Mons
siculus) arrabalde da cidade, estendendo-se
para as Virtudes. Próximo ao rio Frio
alastrava-se o almocávar hebraico. Ainda
hoje a terminologia local, perpetua no Monte
e Escadas dos Judeus o centro do antigo
povoado.

A sinagoga da judiaría, mandada cons-
truir por D. Judah Ben-Manir, estava ao
Norte da actual Calçada de Monchique.
Esta judiaría foi mais tarde abandonada e
substituída pela dos Banhos. Nos princí-
pios do seculo XVI, era a referida sinagoga
propriedade de Gil Vaz da Cunha, Senhor
de Basto e Monte Longo. O seu descen-
dente Pero da Cunha Coutinho e sua mulher
D. Beatriz de Vilhena, resolveram com os
seus avultados rendimentos fundarem nesse
local um Convento de Religiosas, ao qual
deram o nome de Madre de Deus de Mon-
chique.

O investigador portuense, Querubino
Lagoa, segundo testemunho do arqueó-
logo Pedro Vitorino, viu na padieira duma
porta, das casas mandadas construir por Gil
Vaz da Cunha, um epitáfio em caracteres
hebraicos, alusivos à fundação da sinagoga,
abertos em uma pedra, que fôra da mesma.

Em 1872, depois de passado o convento
à posse de particulares, o seu proprietário,
Clemente Meneres, oferecia a dita pedra, ao
Museu Arqueológico do Carmo na cidade
de Lisboa.

Esta judiaría foi abandonada e os seus
habitantes fizeram judaria e pobraçom, nos
Banhos como já dissemos.

Segundo certos documentos referentes
a prazos, aforamentos e rendas, existentes
no Arquivo Municipal, ficava esta judiaria
situada entre o rio Douro e as muralhas de
de Oeste, postigo dos Banhos, largo de
S. Domingos, Praça do Infante, rua da Mu-
nhota e Belomonte.

Esta judiaría, segundo um documento
do Arquivo Municipal, parece não ter pos-
suído sinagoga, mas sim um pequeno ora-
tório. O documento citado e do seguinte
teor:

"Escritura do contrato entre o con-
celho e a Câmara dos judeus, então no
sitio da Munhota sobre os banhos em


 
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