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N.º 139, Tishri-Kislev 5708 (Set-Nov 1947)







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 2             HA-LAPID
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ANO NOVO...

            NOVO ALENTO!...

   POR ISAAC JACOB LOPES MARTINS

...Mais uma volta que finda na roda
imutável dos Tempos, mais um sem número
de sonhos que se realizaram ou desfize-
ram... mais uma infinidade de esperanças
que surgem ao alvorecer deste novo ano...

É com uma comoção mal refreada que
eu vejo despontar este novo ano... Que
nos reservará ele? Será agora, finalmente,
a realização do nosso milenário sonho?...
Teremos ainda que esperar muito tempo
mais?

Teremos a dita de ver concretizado em
nossos dias aquilo que constituiu o sonho
imorredouro de inúmeras gerações do nosso
Povo?

Talvez... No entanto, não devemos
esquecer que nada é mais prejudicial que
um grito de vitória antes do tempo...
Calma pois, e trabalhemos com a perseve-
rança habitual, preparando o caminho para
os vindouros... Essa é a nossa missão...

Se ainda não nos é possivel avistar o
fim da Estrada que nos há-de conduzir a
Sion, tampouco poderemos descurtinar o
começo da mesma... O caminho tem sido
tão longo, tão cheio de sofrimentos e de-
senganos... mas que importa. se cada um
de nós sente bater ao mesmo ritmo o cora-
ção do camarada de viagem... Ombro
contra ombro vamos confiantes no Mundo
de Amanhã. pois estamos certos de que
esta época de Trevas tem de acabar. Que
nos importam as demoras e os percalços
da caminhada... Vamos prosseguindo no
caminho. pois o tempo para nós Judeus
deixou já de ser um tirano... agora é
talvez um Companheiro... Nem ele nem
nós poderemos parar... Um até ao fim
dos Tempos... outro... até que Sion seja
a Pátria Ideal...

Por agora só vos poderei falar das difi-
culdades do Caminho, mas não é impor-
tuno fazer algumas considerações acerca
daquilo que julgo nosso dever realizar em



Erez Israel, logo que lá possamos che-
gar...

É preciso que cada um de nós saiba
continuar e ampliar, sem contudo desvir-
tuar, a obra começada pelos nossos heróico;
pioneiros, é preciso que cada um de nós
se transforme por sua vez num pioneiro
consciencioso e activo, pois ninguém deve
ignorar que teremos de realizar num curto
espaço de tempo aquilo que milhares de
anos de sanha vandálica e incúria rotineira
destruíram...

...Mas não devemos tampouco esque-
cer aqueles de outras raças e crenças, que
por lá vivem... como moluscos incrusta-
dos na rocha... temos que estar munidos
de um espirito de alta tolerância, sem con-
tudo desviar a nossa rota para pontos de
vista ideológicamente opostos... devemos
pois continuar conscientes da nossa quali-
dade de Judeus, e sobretudo da nossa espé-
cie de Homens... A raça, cor, religião ou
correntes politicas não podem nem devem
ser para nós motivos de más vontades...

O mundo caminha para a perfeição,
muito embora essa caminhada seia feita na
maior parte das vezes sobre sangue, la-
mentos e maldições, portanto nós Judeus,
que temos tido sempre uma capacidade de
compreensão altamente desenvolvida para
os problemas que o progresso traz inevi-
tavelmente, devemos, sem alarde, ou vai-
dade ostensiva, fazer com que a nossa
querida Sion se transforme no exemplo
vivo dum Mundo verdadeiramente digno
de ser vivido e louvado...  Deixemos pois,
essas ideias totalitárias, esses nacionalismo
ortodoxos, e tratemos de construir desde
já as bases duma Pátria perfeita e bela...
Eis a nossa missão de Judeus e de ho-
mens...

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Visado pela Comissão de Censura


 
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