6 HA-LAPID ========================================= sala quando os "sim"s e os "não"s alivia- ram a tensão e marcaram o destino judaico. O "sim" francês foi recebido com aplausos da galeria o que provocou a intervenção do Dr. Aranha. A votação procedeu e depois de 2.000 anos foi aprovado pela O. N. U. o estabelecimento dum Estado judaico. Votaram em favor: Austrália, Bélgica, Bolivia, Brasil, Byelo-Rússia, Canadá, Costa Rica, Checoslováquia, Dinamarca, República Dominicana, Equador, França, Guatemala, Haiti, Islândia, Libéria, Luxemburgo, Ho- landa, Nova Zelândia, Nicaragua, Noruega, Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Polónia, Suécia, Ucrânia, União Sul Africana, Uru- guai, U. R. S. S., Estados Unidos e Vene- zuela. Os paises que votaram contra a parti- lha: Afganistão, Cuba, Egipto, Grécia, India, irão, Iraque, Libano, Paquistão, Ará- bia Saudita, Síria, Turquia e Yemen. Abstenções: Argentina, Chile, China, Columbia, El Salvador, Etiópia, Honduras, México, Reino Unido e Yugoslavia. O Sião não estava presente. A audiência avisada pelo Dr. Aranha não aplaudiu o resultado, e o Dr. Ara- nha agradeceu pelo comportamento exem- plar. O Dr. Granados, delegado de Guate- mala, disse à Imprensa: "Estamos satis- feitos com a vitória legal. Esperamos agora a vitória prática. Estou feliz." Um dos delegados árabes disse ao Dr. Eliahu Epstein: "Bem, sejam bons vizinhos". O delegado da Pérsia saudou o Dr. Epstein de maneira semelhante. Nos corredores os jornalistas judeus foram abra- çados pela Imprensa geral e mesmo cor- respondentes não judeus cuprimentaram os chefes judaicos com "shalom", todos cons- cientes da solenidadedo fim duma era de 2.000 anos. Os bairros judaicos de Nova York eram "pequeno Tel Aviv" nesse dia. A Imprensa judaica com grandes cabeça- lhos: "Yiddishe Meluche", o retrato de Herzl, a bandeira judaica, Sheer Hamaalot e Shehechayanu, foi lida mesmo por judeus que normalmente não lêem a imprensa "Yiddish", mas que agora no metro orgu- lhosamente ostentaram os jornais. Um jor- nalista árabe, apertou a mão do correspon- dente de "Palcor" e disse tristemente: "Boa sorte". JUDEUS PORTUGUESES ...Israelitas de todo o mundo! Meditai um pouco no vosso destino. Fixai os olhos naqueles patriotas, que lá ao longe consagrados ao culto da verdade e libera- lidade, se batem, entre as maiores dificul- dades e sacrifícios, contra escravização insuportável, que lhe é ditada por certos povos Imperíalistas. Lembraivos que foi há 50 anos iniciada, por Theodor Herzl, uma nova era para o Mundo judaico! É preciso que o povo Judeu seguindo o caminho delineado por aquele unificador de Israel, e mais tarde alargado e vivificado por Weizman, Nahum Sokolow, Brandeis, e muitos outros chefes iluminados pelo génio e inspirados pela Verdade e liberalidade, consiga num futuro próximo chegar à etape final. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Judeus Portugueses! colabora¡ e con- tribui para a realização do Ideal Sionista. Inscrevei-vos desde já no "Grupo Sio- nista", o qual deseja o vosso apoio moral. Ser Sionista é pois, uma necessidade imperiosa para a Raça. Hoje mais que nunca Israel precisa de Vós. judeus Portugueses! Lembraivos de que, elementos estranhos, para quem a liberdade, não é uma frase banal, mas sim um profundo sentimento, têm-se, mais que uma vez revoltado, contra a escravização de Israel. Como tal não se pode compreender, que sendo vós pertença do Povo de Israel, vivais na indiferença. Eis pois-colaborar é um dever que se Impõe. E Vós judias portuguesas, ensinai aos vossos filhos a bela e nobre História de Israel, segredai-lhes com carinho os gran- des feitos dos seus maiores, para melhor poderem também compreender e apoiar, o esforço e acção intensiva dos actuais heróis de Israel. Fazei com que decorem nomes de che- fes como Herzl, para que lhes sirvam de estímulo. E assim esperamos a vossa adesão ao Grupo Sionista "Theodor Herzl", para que nesta mesma comunhão de afectos, conti- nuemos o caminho para a Vida, para o Futuro e para a Vitórit. - AMÍLCAR PAULO.
N.º 139, Tishri-Kislev 5708 (Set-Nov 1947)
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