HA-LAPID 5 ====================================== AS ÚLTLMAS CENAS NA ASSEMBLEIA DA UNO Antes de se proceder à votação, o Sr. Chamoun, delegado do Libano, propôs um plano para um governo cantonal num estado unitário federal segundo o modelo dos Estados Unidos. Não mencionou a imigração judaica mas falou nas mais va- gas generalidades. O seu discurso era cla- ramente uma tentativa para adiar a solução. Em resposta o delegado da Islândia obser- vou que teria sido mais útil se os árabes tivessem feito sugestões conciliatórias antes da partida do presidente da Comissão Ad Hoc, Dr. Evatt. Leu passagens do relatório do Dr. Evatt acerca das suas ten- tativas infrutiferas para reconciliar judeus e árabes. Nessa altura a sala estava com- pletamente cheia de convidados, jornalistas, fotógrafos, policia e homens à paisana. "Os árabes são intransigentes no que se refere a um estado unitário", continuou o delegado da Islândia. "Muitos esforços foram feitos por nós para os reconci- liar mas judeus e árabes censuraram-nos. Agora, na última hora, os árabes vêm com outra proposta. Parece que só depois de termos imposto a partilha hão-de pro- curar verdadeiramente a conciliação e não antes." O Sr. Johnson, pelos Estados Unidos, disse: "Declaro respeitosamente que o delegado do Libano não propôs uma con- ciliação. A proposta não menciona a Alta Comissão Árabe e por isso não é uma conciliação. Peço a votação imediata". O Dr. Aranha, Presidente da Assembleia Geral, anunciou que chamaria para a vota- ção depois dos discursos dos delegados da Pérsia e da Síria. O delegado da Pérsia disse: "Estou contente com o espirito árabe de conciliação" e propôs um adiamento de várias semanas para estudar o plano libanês. Faris el Khouri, da Síria, depois de prestar homenagem ao delegado da Pérsia disse que não foram convidados para concilia- ções. "Só fomos convidados a discutirmos fronteiras e a partilha. Os judeus da Amé- rica estão numa proporção de um para trinta e no entanto estenderam a sua in- fluência mesmo até às Nações Unidas, inti- midando os oradores. A América devia ter cuidado. Mas a sua influência aqui indica que não serão uma minoria num estado palestino unitário onde são um para três". O delegado russo disse: Podemos re- solver em 24 horas um problema de 25 anos? Os árabes não quiseram discutir um estado federal quando a Rússia o pro- pôs na primavera passada. Agora querem voltar para trás. A partilha é o resultado de muitos estudos. Manobras complicam mas não solucionam o problema da Pales- tina. Pedimos que se vote a partilha que nós apoiamos". Depois de algumas outras intervenções dos árabes, o Sr. Dr. Aranha declarou: "Votamos agora". As luzes dos fotógrafos iluminaram a ----------------------------------------- Gaza. A Galileia ocidental árabe confina- ria com o Mediterrâneo e o Libano de Ras-en-Naqura até Qadas, seguindo dali a fronteira ocidental do subdistrito de Tibe- rias até ao leste de Mount Tabor e dali para o ponto de intersecção de Afulah. A fronteira do pais colinoso de Samaria e de Judea começaria no Rio Jordão no su- deste de Beisan e seguir a fronteira do norte do distrito de Samaria para oeste até ao ponto de intersecção no sudeste de Afulah e dali para o oeste para Lajjun, dali para o sudoeste passando ao oeste de Tulkarem. a leste de Qilqilia e ao oeste de Madjal Aba, dali para oeste para Rishon le Zion, ficando Lydda e Ramleh no Estado Arabe, e voltando para leste até um ponto no oeste de Latrun. A fronteira seguiria depois o lado norte da estrada Latrun- -Madjal até o segundo ponto de intersecção e dali para sudeste até um ponto no subdis- trito de Hebron. A fronteira no sul de Qubeiba seguiria dali a fronteira do subdis- trito de Hebron até ao Mar Morto. A pla- nície costeira árabe ia até à fronteira egípcia.
N.º 139, Tishri-Kislev 5708 (Set-Nov 1947)
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