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N.º 146, Shevat-Nissan 5710 (Jan-Mar 1950)







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              HA-LAPID               3
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convidou com o rei. Mas quando saindo
do palácio viu à porta Mardoqueu, que re-
cusava sempre dobrar os joelhos perante
ele, o seu furor despertou. Entrando em
casa ele disse a sua mulher: "Para que
me serve toda a honra que o rei e a rainha
me concedem enquanto que este judeu
Mardoqueu está assentado à porta do rei".

Então Zerech, sua mulher, diz-lhe:

-"Que se levante uma forca de cin-
quenta côvados de altura; e amanhã de
manhã pede ao rei que ali pendurem Mar-
doqueu".

O conselho agradou a Aman e mandou
levantar a forca.

6 - Hanras conferidas a Mardoqueu.-
Naquela noite o rei não pode dormir. Para
se distrair, mandou ler os Anais do reino,
e o leitor começou pela passagem onde
estava consignado que Mardoqueu tinha
outrora salvo a vida ao rei. "Qual foi a
recompensa. preguntou o rei, que foi con-
cedida a Mardoqueu por prémio da sua
felicidade ?"- "Nenhuma", responderam os
seus oficiais. No mesmo momento anun-
ciaram que Aman se encontrava no átrio
diante do aposento real. Ele vinha, está
visto, para apresentar o seu requerimento
ao rei e fazer enforcar Mardoqueu. O rei
tendo ordenado que o mandassem entrar,
disse-lhe: "Que convém fazer a um homem
que o rei deseja honrar?" Aman, supondo
que não se podia tratar senão dele mesmo,
respondeu: "Que o rei faça revestir este
homem com vestimenta real, que o faça
montar sobre um dos cavalos montados
pelo rei e sobre a cabeça do qual figure
uma coroa real; que enviem este homem a
um dos maiores senhores da corte, e que este
senhor o conduza assim pelas principais
ruas da cidade, proclamando: -"E' assim
que o rei trata aquele que quer honrar!"

-"Vai depressa, diz o rei a Aman, e
tudo o que acabas de dizer, fá-lo ao judeu
Mardoqueu, sem nada omitires!" Aman,
cheio de espanto, não pôde recusar-se
a executar a ordem do rei. Prestou as
homenagens a este Mardoqueu, que jul-
gava, momentos antes, poder mandar para
a forca. Depois foi precipitadamente para
sua casa, acabrunhado de tristeza e de
vergonha.

7-Queda de Amam-Aman entreti-
nha-se ainda com a sua mulher e seus
amigos sobre a sua triste aventura, quando



os mensageiros do rei vieram busca-lo para
o conduzírem ao festim da rainha.

A' mesa, o rei renovou o seu pedido:
"Diz-me o que tu desejas, Ester; nem que
seja a metade do meu reino, eu to con-
cedo!" Ester respondeu: "Se eu encon-
trei graça perante ti, ó Rei, concede-nos a
vida, a mim e ao meu povo. Porque nós
temos sido votados ao massacre e à ruína.
Se nós não tivéssemos sido senão vendidos
como escravos, eu teria guardado silêncio;
mas o nosso inimigo nem mesmo se in-
quietou com o prejuízo causado ao rei!"
- "Quem pois teve a audácia de agir dessa
maneira ?" disse o rei.

-Foi este homem, replicou Ester, este
homem cruel e encarniçado, este malvado
Aman que aqui está!" Aman ficou ater-
rado. O rei, na sua cólera, tinha-se levan-
tado do festim para ir para o parque do
palácio, enquanto que Aman se levantou
para pedir graça da sua vida à rainha Ester,
porque ele via que a sua perda estava re-
solvida pelo rei. Como o rei voltava do
parque para a sala do festim. Harboná,
um dos seus servidores, disse-lhe: "Muito
perto da casa de Aman está levantada uma
forca, com 50 côvados de altura, que ele
mandou levantar para ali pendurar Mar-
doqueu".

-"Que aí o pendurem a ele mesmo!
gritou o rei.

Penduraram pois Aman na forca que
ele tinha preparado para Mardoqueu, e a
cólera do rei acalmou-se.

8-Elevaçãa de Mardoqueu; festa de
Purim. - Tendo em seguida Ester revelado
o seu parentesco com Mardoqueu, o rei
nomeou este seu primeiro ministro, no
lugar de Aman. Mardoqueu expediu ime-
diatamente para todas as províncias novos
éditos, munidos do selo real, para anular o
efeito do de Aman. Assim o 13 de Adar,
destinado por Aman a ser o dia do exter-
mínio dos judeus tornou-se para estes um
dia de alegria e contentamento. Em Susa
assim como em todas as cidades e aldeias
do reino, os judeus fizeram festins, envia-
ram mutuamente presentes e espalharam
muitas esmolas pelos pobres. Mardoqueu
consignou todos estes acontecimentos num
livro e enviou cópias dele aos judeus até
às províncias mais longínquas. Ele esti-
pulou que os judeus celebraríam para sem-
pre, em recordação desta milagrosa liber-


 
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