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N.º 146, Shevat-Nissan 5710 (Jan-Mar 1950)







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               MEMORIAS

da Literatura Sagrada dos judeus portugueses desde os
primeiros tempos da Monarquia até fins do Século XV

              MEMÓRIA I

     POR ANTONIO RIBEIRO DOS SANTOS

        (CONTINUAÇÃO DO N.° 144)

Além destes Códigos Mss. Bíblicos havia
muitos de outras obras, que pertencem a
diversa classe da Literatura, de que ainda
hoje existem alguns fora de Portugal.
E' muito estimado entre outros, o que se
acha na Biblioteca de Turim do Carvon de
Avicena em Hebraico de Nathan Amatho,
escrito em Lisboa em 1489 de que fala
Rossi da Tipogr. Hebr. pág. 48).

Correcção e apuramento dos Códi-
gos Mss.-Não só havia em nossa Espa-
nha um grande número de Mss. Bíblicos;
mas eram eles pelo comum os mais cor-
rectos e apurados. Assim o confessam os
Rabbinos e os seus mais sábios críticos os
recomendam como os melhores Códigos,
que se podem consultar, como são R.
Abraão ben Dior, Nachmanides, Meir. Kin-
chi e Todrós entre os antigos e dos mo- 
dernos Norzío, Menochem de Louzano na- 
Prefação ao Livro Or Thorah impresso em
Veneza em 1618, R. Elias Levita Alemão
na Prefaçãa Rítmica da Livro Masoreth
Hammasareth e no Schibré Luhoth, os quais
dão grande gabos aos Exemplares Espa-
nhóis e os antepõem a todos os outros.
Este foi o mesmo juízo de R. Manuel
Aboab na sua Nomologia; o mesmo reco-
nhecem entre os cristãos Ricardo Simão na
sua indagação critica das diversas edições
da Bíblia (C. XXI. p. 121 n.° 111) e Wolfio
na Biblioteca Hebraica (Tom. II, p. 292,
327, 328 e c.) e modernamente João Ber-
nardo de Rossi Da origem da Tipogr.
Hebr. (C. VI p. 45 e c. X p. 88) e na Pre-
fação no vol. I Das Várias Lições do Tes-
tamento Velho (P. XXXVIII).

Por esta razão o nosso português R.
Abraham Sabath filho de David natural de



Lisboa nas suas notas ao Livro Hammeor
no fim do Cap. I Berachoth, pôs como
nossa regra geral da critica Sagrada entre
os seus conservar e preferir sempre a Lição
dos Exemplares Espanhóis a qualquer outra
(Kennicott na Prefacãa p. VII).

Uso que deles fazem os Judeus-E
com efeito os Judeus pelo comum assim o
praticavam, como fez entre outros R. Jacob
ben Chaiim; e até costumavam notar à
margem as lições Variantes dos melhores
Códigos de Espanha, como adverte Bruns
na nota à Dissertação Geral de Kenori-
cott (p. 530). Quanto aos Portugueses
era notado este primor nos seus Códigos
Mss. da Biblia de 1346 copiada na Guarda,
confessa João Baptista de Rossi ser um das
mais exactas, e apuradas que tinha visto
(De orig. Typogr. Hebr. c. x p. 9); e as
correctissimas edições Bíblicas de Lisboa e
de que adiante falaremos, que muito exal-
tam os Criticos mais sábios dentre Judeus
e Cristãos, assaz provam, qual era o apura-
mento dos Mss. Biblicos de Portugal, sobre
que haviam sido trabalhadas.

Donde corria esta grande correcção.-
Esta correcção de seus Mss. Biblicos lhes vi-
nha a eles não só do muito cuidado com
que nisso se esmeravam, mas 1.° de os traba-
lharem mui fielmente pelos antigos Códigos
de Espanha, que já tinham sido apurados
e correctos como notam Zacuto e Ganz.
sobre a antiquíssima Biblia Mss. Hilelia
ou Hileliana, que era um exatíssimo Código
Mosoréfico de muita estima, que havia no
reino de Leão, de que se dizia ter sido
autor o R. Espanhol Hillel (V. Wolfio
Bibl. Hebr. Tom. II pág. 250, 291).

                               (Continua).


 
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