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Ha-Lapid הלפיד


N.º 146, Shevat-Nissan 5710 (Jan-Mar 1950)







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N.° 146                     PORTO - Luas de Janeiro, Fevereiro e Março - 5710 (1950 e. v.)           ANO XXIV
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Tudo se ilumina                     _______  ___  _______ |=|____  _______                      ...alumia-vos
para aquele que                    |____   ||_  ||  ___  ||____  ||_____  |                   e aponta-vos  o 
busca a luz.                            | |   |_| \_\  | |    / /   _   | |                   caminho.
                                        | |       _____| |   / /   | |  | |
       BEN-ROSH                         |_|      |_______|  /_/    |_|  |_|                          BEN-ROSH

                                                  (HA-LAPID)
                                                   O  FACHO

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DIRECT. E EDITOR: -A. C. DE BARROS BASTO (BEN-ROSH)   ||   COMPOSTO E IMPRESSO NA IMPRENSA MODERNA, L.DA
      Redacção na Sinagoga Kadoorie Mekor Haim        ||                 Rua da Fábrica, 80
           Rua Guerra Junqueiro, 340 - Porto          || ------------------- P O R T O -------------------
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O BOM PASTOR

Um dia que Moisés guardava as ove-
lhas de seu sogro Jetro, viu um cabrito
que se afastava do rebanho e se pôs em
fuga. Imediatamente ele se pós a correr
atrás dele a fim de o agarrar e o recondu-
zir ao rebanho: "Eu não quero deixá-lo
desgarrar, dizia consigo, sozinho no de-
serto, ele morreria de fome e de sede".

Algum tempo depois, ele o viu parar para
beber junto duma nascente de água viva.

"Pobre cabrito, disse ele, aproximan-
do-se dele, eu sei agora porque tu fugiste.
Eu não duvidava que tu tinhas sede, dou-
tra forma eu não te teria seguidoa Ele
esperou que o cabrito acabasse de beber,
pô-lo sobre os ombros com muita compai-
xâo e levou-o durante todo o caminho até
que ele se juntou ao resto do rebanho.

"O meu cabrito é delicado e fraco,
pensou ele, e ele deve estar fatigado da
sua corrida."

A acção de Moisés agradou aos olhos
do Eterno que lhe disse: "Quão grande é
a tua compaixão, Moisés! Tu tiveste pie-
dade do cabrito, é porisso, que conduzirás
o meu povo e tu serás o seu fiel pastor".

             Midrash Shemoth Rabbá, 2.

Eu juntarei os restos das minhas ove-
lhas de todos os paises onde os tresmalhei:
Eu os reconduzirei à sua pastagem; elas
serão fecundas e se multiplicarão.

Eu estabelecerei sobre elas pastores que 
apacentarão. Elas não terão mais receio,
nem terror. E nada lhes faltará, diz o
Eterno.

               JEREMIAS, XXXIII, 3-4.



HISTÓRIA DE ESTER

1-A rainha da Pérsia Vasti é repu-
diada, e Ester é proclamada rainha. No
tempo de Assuerus, rei da Pérsia, que rei-
nava sobre 127 províncias, havia em Susa,
sua capital, um judeu, chamado Mardo-
queu, que tinha sido levado de Jerusalém,
com os cativos deportados para a Caldeia
por Nabucodonosor, rei da Babilônia.
Este Mardoqueu tinha adoptado como filha
sua prima Ester (Hadassah) (Ester em
persa quer dizer estrela e Hadassah em
hebraico significa Murta), que já não tinha
pai, nem mãe.

Um dia Assuerus deu um esplêndido
festim aos grandes do seu reino, bem como
a toda a população de Susa. Mesas sump-
tuosas foram preparadas nos seus aposen-
tos como nos da rainha, que recebia as
damas da corte. Nesta ocasião o rei pa-
tenteou as suas imensas riquezas. Viam-se
por toda a parte só tecidos preciosos, tape-
tes magníficos, divãs de ouro e de prata;
e as bebidas só eram oferecidas em copos
e canecas de ouro. Este festim prolon-
gou-se durante 180 dias.

No último dia, Assuerus, já excitado
pelo vinho, pediu à rainha Vasti que viesse,
com a coroa real, apresentar-se no meio
dos grandes do reino, para que eles admi-
rassem a sua beleza. Mas a rainha re-
cusou-se a vir apresentar-se, e o rei ficou
tão irritado com esta recusa que a repudiou.
-Algum tempo depois, Assuerus fez reu-
nir no seu palácio as raparigas mais belas
e mais distintas do seu reino, a fim de
escolher a que devia substituir Vasthi.
Entre estas raparigas encontrou-se Ester.
Apresentada ao rei Assuerus, ela lhe agra-


 
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