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N.º 147, Sivan-Elul 5710 (Mai-Ago 1950)







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 6             HA-LAPID
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vulgar e, por uma estranha coincidência,
essa também a data do aniversário da
queda do primeiro Templo.

Diz-se, como já indicamos, que no cerco
de Jerusalém, pareceram mais de um mi-
lhão de judeus e, também como já disse-
mos, estes eram, em grande parte, peregri-
nos, que tinham vindo celebrar a páscoa
(Pessah), comemorativa do êxodo do
Egipto. Dos sobreviventes, noventa e sete
mil foram feitos escravos dos quais, uns
foram deportados para as minas do Egipto
e os restantes foram entregues aos animais
ferozes, nas arenas romanas, segundo o
costume romano.

Tito assenhoreou-se da parte mais nobre
e distinta dos zeladores, para figurarem,
no seu regresso, na marcha triunfal, atra-
ves das largas ruas de Roma e, nesta cidade,
foi mandado levantar um arco triunfal,
ainda hoje conhecido pelo Arco de Tito,
no Coliseu Romano; muito visitado pelos
visitantes da Roma moderna, em que figu-
ram, como escravos, mancebos judeus
acarretando às costas utensílios do Templo.

O arco ainda existe, em parte arruínado;
um troço das velhas muralhas de Jerusalém.
-Kotel Má'arabi-outrora embebidas em
sangue, também ainda existem e ainda
hoje, os descendentes dos antigos judeus
vêm ali chorar a pátria perdida e implorar
o Todo Poderoso, pela sua restituição.

São os únicos testemunhos do antigo
heroísmo que excedeu todos os heroísmos,
que a História regista.

É esta a descrição que Flavius Josephus
nos legou.

Supõe-se que todos os judeus que habi-
tavam então a Palestina pareceram nesta
guerra tremenda e mais uma vez Sião
chorou sobre as suas ruínas. Chorou pelos
seus filhos mortos no campo de batalha;
pelas suas filhas vendidas como escravas
ou entregues à sofreguidão da soldadesca;
mas, agora, Sião estava ainda mais deso-
lada do que nos dias do seu primeiro cati-
veiro porque se calara a voz do profeta
que outrora lhe anunciara o cabo da sua
viúvez e do seu luto... e chora Sião, ainda
hoje, pelo regresso da antiga pátria.

   Lisboa, 1924.

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Visado pela Comissão de Censura



           RECORDAR É REVIVER

        Los judios portugueses

El acto politico mas desastroso de la
historia portuguesa fué la expulsión de los
judios. Más que injusto y violento para
los judíos, ese hecho fué criminal para
Portugal. El país perdíó con esa expulsión
una clase numerosa, trabajadora y de gran
valor cientifico. El hecho se reviste de un
aspecto antipático de ingratitud, pues los
matemáticos y astrônomos judíos habían
sido los mejores auxiliares de nuestras
navegacíones. Spinoza podría ser hoy una
gloria de Portugal, en vez de serlo de
Holanda, pues era hijo de judios por-
tugueses. La prosperidad comercial de
Holanda se debe en gran parte a los judíos
expulsados de Portugal. Pero los españo-
les, que practicaron el mismo error, saben
cuanto perdieron, y reconecen así perfecta-
mente cuanto perjudicó a Portugal esa
expulsion. No tenemos la intencion de
hacer aqui historia del pasado. Queremos
referirnos sencillamente a un hecho de hoy
que será mañana una cuestión importante.
Por ahora ese hecho es tan sólo un hecho
curioso: pero cuando la República se
decida a estudiar el asunto se levantarán
protestas de los católicos, suscitando una
cierta agitación. En realidad, viven en el
norte del país, en Traz-os-Montes y en la
Beira Alta, algunas centenas y quizá milla-
res de antiguos indios. Convertidos por
la fuerza al catolicismo, esos "crístianos
nuevos" o "maranos" siguieron practi-
cando secretamente, y por cierto de una
manera desfigurada, el culto judaico. La
ley de la separación de la, iglesia del
Estado les dió la libertad religiosa. Pero
algunos espiritus liberales, sin que sean
judíos, piensan que esa libertad no basta,
siendo justo que el Gobierno republicano
proteja a los reconvertidos contra el pre-
dominio católico.

A pesar de la fuerza de que la Iglesia
dispone y ha dispuesto siempre aun dentro
de la República, se ha dado en estos
últimos años un verdadero renacimiento
judaico.

Un oficial del Ejército, el capitão Barros
Basto. ignoraba, pero lo descubrió un dil-


 
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