HA-LAPID 5 ======================================== SEPHARDIM O nome "Sepharad" é encontrado no livro de Obadiah, v. 20, e com toda a probabilidade, significaria mesopotâmia. Em tempos, contudo ele foi usado para Espanha, porquanto todos os Judeus cujos ascendentes viveram na Peninsula Ibérica. adaptaram o nome Sephardim. Apesar de este nome derivar principal- mente de um país, ou província esta deno- minação tem outras caracteristicas tanto da liturgia como de tradições de grupos espe- cíficos de Judeus. Nós sabemos, por acaso, que todas as grandes comunidades Sephardi que existi- ram nos Balcãs consistiam não sómente de descendentes dos exilados de Espanha, mas também dos Judeus que viveram lá desde os primeiros dias do segundo tem- plo. Como os últimos, é claro, aceitaram a cultura, a liturgia e as tradições dos Judeus de Espanha, nesse tempo muitos se chamaram Sephardim. O mesmo se pode aplicar aos Judeus do Norte de Africa, onde os exilados de Es- panha foram em menor quantidade, mas eles tiveram a habilidade de impor a sua liturgia e tradições na maioria da Comu- nidade pela razão da sua superior cultura e conhecimentos. Como a liturgia dos Judeus da Babiló- nia-agora IRAK-foi aceite nas princi- pais cerimónias pelos Judeus de Espanha, e como havia um vivo intercâmbio entre os rabis da Babilônia e os de Espanha, as duas comunidades tornaram-se, tanto quanto :liturgia se pode avaliar, muito semelhante. Apesar do facto dos Judeus iraquianos sempre se considerarem Sephardim históri- camente falando isso, não pode estar cor- recto, pois unicamente poucos exilados de Espanha chegaram a Babilônia. lsto aplica-se também aos Judeus do Egipto, Síria e outros países do Médio Oriente. Os Judeus YEMENITE, porém, vieram sob uma categoria diferente. Nem por tradição, nem por liturgia, eles são afins dos Sephardim. e definitivamente nem por históricos pontos de vista. A sua pronúncia do Hebraico em vir- tude de terem vivido numa província Arabe, aproximada à pronúncia Sephardi. que também teve a influência Arábica. Apesar de, os Yemenites terem-se sempre considerado unidos aos Sephardim mais do que aos Ashkenazim, eles nunca recla- maram ser Sephardim. Os Judeus de Itália apresentam-se numa particular categoria de si próprios. Eles estiveram sob ambas as influências dos Sephardim e Ashkenazim, e eles também, pela pronúncia que aceitaram e pelos seus usos, consideram-se estar mais perto do grupo de Judeus Sephardim do que do grupo Ashkenazi. No entretanto eles dese- jam ardentemente pertencer a um grupo especial. - ITALKI. Ram SOLOMON GAON Hahnm da Spanish & Portuguese Congregation de Inglaterra ------------------------------------------- Franciscanos e Dominicanos tornariam para o futuro a existência impossivel para os Judeus. Roma teria querido introduzir em Espanha uma Inquisição que fosse bem para ela, a Inquisição pontifical; mas isto não fazia o negócio dos "Reis Católicos" que queriam ficar senhores das perseguições e confiscações. Uma bula de Sixto IV, em 1478, criou a Inquisição espanhola, sob as ordens do rei; quatorze anos mais tarde, em 1492, o rei Fernando lançou o Édito de expulsão de todos os judeus do reino que não aceitavam o baptismo. Estes últimos, bastante numerosos, aumentaram o número dos Maranos e ficaram subme- tidos à terrível jurisdição inquisitorial; centenas de milhares se expatriaram, diri- gindo-se para Itália, Provença e paises mussulmanos; mas o maior número dos exilados de Castela, cerca de 120.000, alcançaram Portugal. Quantos destes infortunados pereceram de miséria, de peste sobre as estradas do exílio ou foram vendidos como escravos? Jamais o saberemos. (Continua).
N.º 148, Tishri-Tevet 5711 (Set-Dez 1950)
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