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N.º 148, Tishri-Tevet 5711 (Set-Dez 1950)







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               HA-LAPID               5
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              SEPHARDIM

O nome "Sepharad" é encontrado no
livro de Obadiah, v. 20, e com toda a
probabilidade, significaria mesopotâmia.
Em tempos, contudo ele foi usado para
Espanha, porquanto todos os Judeus cujos
ascendentes viveram na Peninsula Ibérica.
adaptaram o nome Sephardim.

Apesar de este nome derivar principal-
mente de um país, ou província esta deno-
minação tem outras caracteristicas tanto da
liturgia como de tradições de grupos espe-
cíficos de Judeus.

Nós sabemos, por acaso, que todas as
grandes comunidades Sephardi que existi-
ram nos Balcãs consistiam não sómente
de descendentes dos exilados de Espanha,
mas também dos Judeus que viveram lá
desde os primeiros dias do segundo tem-
plo. Como os últimos, é claro, aceitaram
a cultura, a liturgia e as tradições dos
Judeus de Espanha, nesse tempo muitos se
chamaram Sephardim.

O mesmo se pode aplicar aos Judeus do
Norte de Africa, onde os exilados de Es-
panha foram em menor quantidade, mas
eles tiveram a habilidade de impor a sua
liturgia e tradições na maioria da Comu-
nidade pela razão da sua superior cultura
e conhecimentos.

Como a liturgia dos Judeus da Babiló-
nia-agora IRAK-foi aceite nas princi-
pais cerimónias pelos Judeus de Espanha,
e como havia um vivo intercâmbio entre
os rabis da Babilônia e os de Espanha, as
duas comunidades tornaram-se, tanto quanto
:liturgia se pode avaliar, muito semelhante.

 

Apesar do facto dos Judeus iraquianos
sempre se considerarem Sephardim históri-
camente falando isso, não pode estar cor-
recto, pois unicamente poucos exilados de
Espanha chegaram a Babilônia.

lsto aplica-se também aos Judeus do
Egipto, Síria e outros países do Médio
Oriente.

Os Judeus YEMENITE, porém, vieram
sob uma categoria diferente. Nem por
tradição, nem por liturgia, eles são afins
dos Sephardim. e definitivamente nem por
históricos pontos de vista.

A sua pronúncia do Hebraico em vir-
tude de terem vivido numa província
Arabe, aproximada à pronúncia Sephardi.
que também teve a influência Arábica.
Apesar de, os Yemenites terem-se sempre
considerado unidos aos Sephardim mais
do que aos Ashkenazim, eles nunca recla-
maram ser Sephardim.

Os Judeus de Itália apresentam-se numa
particular categoria de si próprios. Eles
estiveram sob ambas as influências dos
Sephardim e Ashkenazim, e eles também,
pela pronúncia que aceitaram e pelos seus
usos, consideram-se estar mais perto do
grupo de Judeus Sephardim do que do
grupo Ashkenazi. No entretanto eles dese-
jam ardentemente pertencer a um grupo
especial. - ITALKI.

                    Ram SOLOMON GAON

              Hahnm da Spanish & Portuguese
               Congregation de Inglaterra

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Franciscanos e Dominicanos tornariam para
o futuro a existência impossivel para os
Judeus. Roma teria querido introduzir em
Espanha uma Inquisição que fosse bem
para ela, a Inquisição pontifical; mas isto
não fazia o negócio dos "Reis Católicos"
que queriam ficar senhores das perseguições
e confiscações. Uma bula de Sixto IV,
em 1478, criou a Inquisição espanhola,
sob as ordens do rei; quatorze anos mais
tarde, em 1492, o rei Fernando lançou o
Édito de expulsão de todos os judeus do
reino que não aceitavam o baptismo. Estes



últimos, bastante numerosos, aumentaram
o número dos Maranos e ficaram subme-
tidos à terrível jurisdição inquisitorial;
centenas de milhares se expatriaram, diri-
gindo-se para Itália, Provença e paises
mussulmanos; mas o maior número dos
exilados de Castela, cerca de 120.000,
alcançaram Portugal.

Quantos destes infortunados pereceram
de miséria, de peste sobre as estradas do
exílio ou foram vendidos como escravos?

Jamais o saberemos.

                            (Continua).


 
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