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Ha-Lapid הלפיד


N.º 150, Shevat-Tamuz 5712 (Jan-Jun 1952)







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               HA-LAPID               3
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eleito do Deus universal, povo graças ao
qual todas as nações da terra devem encon-
trar a felicidade.

Então, toda a Torah se ilumina com
uma imortal claridade: a Torah foi ditada
a Moises para a humanidade inteira, por-
que o povo de Israel é o instrutor da huma-
nidade, escolhido pela Providência. E é
isto que exprime esta passagem célebre do
Exodo, que eu entrego à meditação de
todos os partidários do famoso particula-
rismo ou do feroz isolamento de Israel:

"E Moisés subiu para Deus: e o Eterno,
chamando-o do alto da montanha, lhe disse:
Dirige este discurso à casa de Jacob, esta
declaração aos filhos de Israel; Vós vistes
o que eu fiz aos Egipcios; a vós, eu vos
levei sobre as asas das águias, eu vos apro-
ximei de mim. Doravante, se vós sois
dóceis à minha voz, se vós guardais a
minha aliança, vós sereis o meu tesouro
entre os povos. Porque toda a terra me
pertence; mas vós sereis para mim um
reino de pontifices e uma nação consa-
grada. Tal e a linguagem que tu terás
com os filhos de Israel (Exodo, XIX, 3-6).

Mas se as coisas são tais, se a Torah
deve servinpara todos os homens e não
apenas para o povo de Israel, esta tendên-
cia deve-se manifestar por vezes directa-
mente. E com efeito o que tem lugar,
como vão mostra-lo alguns exemplos.

Primeiramente a aliança de Deus com
Noé, no Gênesis, IX, 1-17; ela aplica-se a
toda a humanidade:

Eis aqui (o arco-iris que parece ligar
a terra ao céu) o sinal da aliança que eu
estabeleci entre mim e todos as criaturas
da terra.

Depois o Decálogo, a mais importante
das revelações que relata a Torah, faz-se
notar pelo seu carácter de universalidade.
Também ele está na base das legislações
de todos os povos civilizados, depois da
difusão do cristianismo. E contudo este
Decálogo não começa por uma declaração
na aparência particularista: "Eu sou o
Eterno teu Deus, que te fez sair do pais
do Egipto, duma casa de escravidão", mas
que examinada de perto, relembra a Israel
que ele não saiu da escravidão egípcia
senão para receber o depósito sagrado
duma Lei de alcance universal?

Quando, nos Números. XVI, 23, Moisés
e Aarão íntercedem em favor dos rebeldes



da facção de Coré, é ao "Deus dos espí-
ritos de toda a carne" que vai a sua súplica,
e não ao Deus dos pais ou ao Deus de
Israel; é que eles falam em nome da jus-
tiça e que a justiça é de ordem universal:
"ó Deus, Deus dos espiritos de toda a
carne! Quê, um só homem terá pecado
e tu te irritarias contra a comunidade in-
teira?

Mais longe, no capitulo XXVII, versi-
culo 16 Moisés emprega a mesma qualifi-
cação para pedir a Deus para designar o
seu sucessor: "Que o Eterno, Deus dos
espiritos de todo a carne, institua um chefe
sobre esta comunidade, que caminhe sem
cessar à sua frente e que dirija todos os
seus movimentos; a fim de que a comuni-
dade do Eterno não seja como um rebanho
sem pastor".

A aparição deste atributo universalista
ao nome quadrilátero mostra superabun-
dantemente que este último nunca se pode
aplicar a um deus nacional.

   (Do a Univers Israelita- 2-Ju1ho-1926).

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             FALECIMENTOS

No dia 26 de Dezembro de 1951 faleceu
na Lunda (Angola) Norberto (David) Au-
gusto Moreno, agente técnico de Engenha-
ria em serviço na Companhia dos Diaman-
tes de Angola, em consequência de choque
entre a moto com sidecar que conduzia e
um camião pesado, tendo a morte sido
instantânea.

-No dia 25 de Fevereiro realizou-se o
funeral da Ex.ma Sr.a D. Berta Sarah Oppe-
nheim no cemitério municipal de Agra-
monte, tendo sido feitas as devidas orações
funebres pelo nosso director segundo o
rita sephardi (luso-hispânico).

             VISITANTES

Em Maio visitou o nosso templo Sina-
goga Kadoorie Mekor H'aim o Sr. Fred
Ascher, de Chicago (U. S. A.) que se
mostrou encantado com este monumento
judaico na cidade do Porto.

Em Junho também tivemos o prazer de
receber a visita do Sr. Dr. Maurice Ettin-
ghausen, de Londres.


 
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