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N.º 150, Shevat-Tamuz 5712 (Jan-Jun 1952)







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 6            HA-LAPID
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      III - Dignidade da mesa

A pureza dos manjares não seria sufi-
ciente se ela não fosse completada pela
dignidade do porte e a correcção dos ditos.
"As pessoas bem educadas de Jerusalém,
relata o Talmud (Sanhedrim 23 a, Pesahim
86 b, Derekh erets VI e VII), não aceitavam
nunca jantar sem saber quem eles teriam
a seus lados". Os nossos Rabinos da anti-
guidade conheciam todo um protocolo de
saber viver que dariam bem pontos aos
nossos melhores tratados actuais. Certos
de entre eles vão mesmo até exigir que as
palestras de mesa sejam sempre sérias e
que tenham por assunto a Lei divina
(Aboth III, 3). A tradição judia tem, de
resto, realizado as suas vistas cercando as
refeições com bênçãos, a de sexta-feira à
noite, de Zemiroth, e a da Páscoa, da lei-
tura de Hagadah, sem prejuizo das consa-
grações de abertura (Kidush) que inaugu-
ram as do sábado e das festas. O judaismo
não tolera a mesa vulgar ou licenciosa,
quer seja à moda dos antigos gregos ou
romanos, ou dos modernos amigos de
comezainas. Em nenhum momento ele
permite o relaxamento da dignidade e do
respeito humano.

             CAPÍTULO VIII

        I - Santidade geradora

                O Sábado

Se a santidade não deve nunca fazer
falta, ela não pode, contudo, manter-se
constantemente a uma altura igual: assim,
o dia do Sábado é consagrado especial-
mente a renovar as forças de santidade
(yom menuhá ukedushá). Ele não é um
simples dia de repouso semanal: é um dia
de recreação espiritual (oneg shabath); é
um dia em que nós pedimos a Deus para
"purificar nosso coração a fim de poder ser-
vi-lo mais fielmente. "Em nos convidando
ao doce repouso do Sábado, Deus nos re-
vestiu de santidade (Shemoné esré)". É a
razão pela qual, na religião judia, ele tomou
um lugar tal que muitos preferiram-se
deixar massacrar antes que violá-lo, e que
os nossos profetas o verdadeiro fiel pelo



seu amor pelo Sábado. "Se tu te abstens
no dia de Sábado-diz o Profeta Isaías
(LVIII, 13-14)-de seguires os teus hábi-
tos, se tu fazes dele um dia de delicias e
que tu o honras como um dia consagrado
a Deus, eu te farei conquistar as alturas do
país e gozar da propriedade de Jacob, teu
autepassado".

Este dia foi tão caro aos israelitas que
eles lhe votaram um amor comparado ao
de dois jovens seres. Na véspera do Sábado
quando os últimos raios do dia se retiram
diante das sombras do crepúsculo, que
fazem cortejo ao Sábado, a comunidade
de Israel, enfeitada com os seus mais belos
adornos, sai ao seu encontro para receber-
a sua bem amada, a solenidade do Sábado.
"Vamos perante o Sábado! É a fonte da
nossa felicidade... Desperta-te, Israel!
Uma luz esplêndida brilha sobre ti! Des-
perta-te, entoa cânticos de alegria: a ma-
jestade divina avança para ti!... Sê ben-
vinda, a alegria do teu bem amado, ó
Sábado bem amado, vem te alegrar no
meio de nós! Vem, ó Sábado bem amado.
vem-te alegrar no meio de nós! (ritual de
sexta-feira à noite)".

O judaísmo fez ao Sábado um lugar de
honra distinguindo-o ostensivamente dos
outros dias; ele é aberto pela consagração
do Kidush e encerrado pelo rito da Hab-
dalah. Assim, a semana atinge o seu ponto
culminante em plena santidade.

                            (Continua).

                *

         FESTAS EM 1952

   Purim - 11 de Março.

   Páscoa - 10 de Abril.

   Shabuoth - 30 de Maio.

   9 de Ab - 31 de Julho.

   Rosh Ha-shanah - 20 de Setembro.

   Kipur - 29 de Setembro.

   Sukoth - 4 de Outubro.

   Hanukah - 13 de Dezembro.

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Visado pela Comissão de Censura


 
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