HA-LAPID 7 ====================================== A PALAVRA JERUSALÉM Condensado da Revista Filológica; pelo Prof. Dr. David Perez Vejamos se esta palavra tem etimo- logia comprovada na história desta cidade. Há cem anos mais ou menos só se conhecia a documentação bíblica he- braica grega ou latina. Esta e alguns estudos de epigrafia grego-latina, além de escritores judeus e cristãos dos pri- meiros séculos do cristianismo consti- tuiam a documentação em que se podiam estribar as bases para as interpretações e pesquisas. Mas, depois de Champolion (1825), e mais tarde Botha (1848), as escavações arqueológicas foram trazendo a lume testemunhos tais que se tornou neces- sário, refazer todos os quadros históri- cos do Mundo Antigo - Oriental. Dito isto vejamos a arqueologia a respeito de Jerusalém. Os egípcios sob a 18 a dinastia dominaram a Palestina. Isto foi no II milénio antes de Cristo. Em certo monumento se lê Rixolima e na tablete de Tell el Amarna, Ursulina. Daí por diante outras inscrições acusam o mesmo nome. Convém falar ligeiramente deste pre- fixo-palavra ur. Ele se encontra ligado a alguns no- mes própríos do Oriente. Ur Kasdim-Pátria de Abraham; Urartu, Ursulina ou Usulina ou Ursu- lima ou Urxulima ou Urxalém e outras. No caso de Urxalém seria este ur fundação e, portanto, a tradução: funda- ção de Xalém. (Salem). A forma Ur com este sentido corres- ponde a yer da língua hebraica que segundo alguns, é também fundação. Isto decorre dos monumentos cujas inscrições foram traduzidas depois que os estudos arqueológicos modernos re- velaram ao mundo actual os segredos do mundo antigo. Desses monumentos também se prova que Jerusalém existiu e com o nome de Ursalem muito antes que a Grécia pudesse projectar a luz da sua cultura sobre as nações e, podemos afirmar, quando estava recebendo as luzes de que o Oriente dispunha para lhe ofere- cer. Dada, pois, a sua antiguidade esta ur-que corresponde ao hebraico yer não podia ser empréstimo da palavra grega Hierós. A palavra Irosolima. com esse-iota aspirado; ou é corrupta ou verdadeira sujestão semântica, que lisonjeava os tradutores judeos - egípcios que fizeram a Septuaginta. São Jerónimo nos dá o testemunho mais seguro que, no caso, se pode ofer- recer. Antes de mais nada ele não des- conhecia a Biblia hebraica, e muito menos a Septuaginta. O seu nome ele o assinava Hieronimus e lá está o Hiérós -mas este nome é grego; e ele, ao mencionar o nome da Cidade Santa, sempre escreveu Jerusalém: nada de Hierosolina. Conclusão: a)-O nome de Hiero- lima é uma corrutela e de modo algum pode corresponder ao termo Jerusalém. b)-Antes de haver literatura grega já se conhecia este nome sem indício algum de vogal aspirada inicialmente. c) -Este nome se popularizou no Ocidente por influência do cristianismo, e a Vulgata, que é documento oficial da Igreja Católica, se escreve Jerusalém. d) - De acordo com a Doutrina hoje aceita entre os etimologistas, o étimo imediatamente anterior é que se deve considerar. Esse étimo mais próximo é Jerusalém e não Hierosolima. -------------------------------------- Hanukah de 1956 A primeira noite de Hanu- kah ou da Festa dos Maca- beus é este ano na noite de 28 de Novembro.
N.º 154, Tishri 5717 (Set 1956)
> P07