N.º 154, Tishri 5717 (Set 1956) > P07
Primeira Página Página Anterior Diminuir imagem Imagem a 100% Aumentar imagem Próxima Página Última Página

Ha-Lapid הלפיד


N.º 154, Tishri 5717 (Set 1956)







fechar




              HA-LAPID              7
======================================

        A PALAVRA JERUSALÉM

Condensado da Revista Filológica; pelo Prof. Dr. David Perez

Vejamos se esta palavra tem etimo-
logia comprovada na história desta
cidade.

Há cem anos mais ou menos só se
conhecia a documentação bíblica he-
braica grega ou latina. Esta e alguns
estudos de epigrafia grego-latina, além
de escritores judeus e cristãos dos pri-
meiros séculos do cristianismo consti-
tuiam a documentação em que se podiam
estribar as bases para as interpretações
e pesquisas.

Mas, depois de Champolion (1825),
e mais tarde Botha (1848), as escavações
arqueológicas foram trazendo a lume
testemunhos tais que se tornou neces-
sário, refazer todos os quadros históri-
cos do Mundo Antigo - Oriental.

Dito isto vejamos a arqueologia a
respeito de Jerusalém. Os egípcios sob
a 18 a dinastia dominaram a Palestina.

Isto foi no II milénio antes de Cristo.
Em certo monumento se lê Rixolima
e na tablete de Tell el Amarna, Ursulina.
Daí por diante outras inscrições acusam
o mesmo nome.

Convém falar ligeiramente deste pre-
fixo-palavra ur.

Ele se encontra ligado a alguns no-
mes própríos do Oriente.

Ur Kasdim-Pátria de Abraham;

Urartu, Ursulina ou Usulina ou Ursu-
lima ou Urxulima ou Urxalém e outras.

No caso de Urxalém seria este ur
fundação e, portanto, a tradução: funda-
ção de Xalém. (Salem).

A forma Ur com este sentido corres-
ponde a yer da língua hebraica que
segundo alguns, é também fundação.

Isto decorre dos monumentos cujas
inscrições foram traduzidas depois que
os estudos arqueológicos modernos re-
velaram ao mundo actual os segredos
do mundo antigo.

Desses monumentos também se prova
que Jerusalém existiu e com o nome
de Ursalem muito antes que a Grécia
pudesse projectar a luz da sua cultura
sobre as nações e, podemos afirmar,



quando estava recebendo as luzes de
que o Oriente dispunha para lhe ofere-
cer. Dada, pois, a sua antiguidade esta
ur-que corresponde ao hebraico yer
não podia ser empréstimo da palavra
grega Hierós.

A palavra Irosolima. com esse-iota
aspirado; ou é corrupta ou verdadeira
sujestão semântica, que lisonjeava os
tradutores judeos - egípcios que fizeram
a Septuaginta.

São Jerónimo nos dá o testemunho
mais seguro que, no caso, se pode ofer-
recer. Antes de mais nada ele não des-
conhecia a Biblia hebraica, e muito
menos a Septuaginta. O seu nome ele
o assinava Hieronimus e lá está o Hiérós
-mas este nome é grego; e ele, ao
mencionar o nome da Cidade Santa,
sempre escreveu Jerusalém: nada de
Hierosolina.

Conclusão: a)-O nome de Hiero-
lima é uma corrutela e de modo algum
pode corresponder ao termo Jerusalém.

b)-Antes de haver literatura grega
já se conhecia este nome sem indício
algum de vogal aspirada inicialmente.

c) -Este nome se popularizou no
Ocidente por influência do cristianismo,
e a Vulgata, que é documento oficial da
Igreja Católica, se escreve Jerusalém.

d) - De acordo com a Doutrina hoje
aceita entre os etimologistas, o étimo
imediatamente anterior é que se deve
considerar. Esse étimo mais próximo
é Jerusalém e não Hierosolima.

--------------------------------------

          Hanukah de 1956

A primeira noite de Hanu-
kah ou da Festa dos Maca-
beus é este ano na noite de
28 de Novembro.


 
Ha-Lapid_ano30-n154_07-Tishri_5717_Set_1956.png [115 KB]
Primeira Página Página Anterior Diminuir imagem Imagem a 100% Aumentar imagem Próxima Página Última Página